8.7.07

Vai faltar garrafa mesmo

O jornal econömico La Tribune, da França, confirma os números. Vão faltar 60 milhões de garrafas na França e 1,5 bilhões na Europa. Na verdade o déficit francês deve ser maior do que estimamos levando em consideração os números do Velho Continente, nos assegura um grande negociante de vinhos de Bordeaux. Boa oportunidade para o Brasil rever sua legislação e permitir a importação de vinho em cisternas da Europa.
Num vinho bem "vestido" o enxoval oscila perto de 1 euro. Um desenvolvimento das indústrias de engarrafamento, vidro, impressão e a criação centenas de empregos. Agências de publicidade, indústrais químicas e gráficas também teriam ganhos. Talvez uma boa moeda de troca com a UE ao permitir a entrada de vinhos em pipas num momento em que há dificuldade em escoar a produção. Será que chilenos e argentinos resistem à chegada de vinhos europeus bons com baixo custo e gerando empregos no Brasil? O mesmo risco para a viticultura de vinhos tranquilos nacionais.

6.7.07

Qual o real problema do vinho na Europa e no Sul da França ?

Superprodução, crise, concorrência, péssima comercialização ou marketing ruim? Qual a solução? Arrancar vinhas, diminuir a produção, parar de destilar, desregulamentar a produção e diminuir subsídios como propõe a União Européia ou investir no marketing, na promoção, na logística e na comercialização? Segundo Jean-Marie Fabre, presidente do Sindicato dos Produtores Independentes, "não há superprodução no Languedoc e a prática de arrancar vinhas existe desde 1999, já foram arrancados 150 mil hectares e isto não nos afetou". Parcelas que não são rentáveis, produtores que se aposentam arrancam suas vinhas para receber o prêmio, recompensa financeira. Cabe esclarecer que para plantar também se compra um direito de cultivo da vinha em toda a França.

Enquanto os negociantes e indústrias do vinho estão de acordo com a UE os produtores possuem um ponto de vista diferente. Eles sabem que o gargalo está na comercialização e não na qualidade ou na superprodução. Hoje a qualidade dos vinhos do Languedoc é muito boa, os vinhos ruins são uma minoria. Os que não se adaptaram aos tempos da qualidade vão desaparecer naturalmente.
Deve-se compreender que o consumo mundial está aumentando nos países que se iniciaram no vinho mais recentemente. É no velho mundo que o consumo cai. O problema é que este sempre foi o principal mercado do vinho francês. Junte-se a isto a concorrência dos vinhedos do Novo Mundo e uma perda de mercado nos últimos vinte anos e a Europa e o Sul da França tem um problema nas mãos. Esta perda aconteceu em todo o mundo e no Brasil em particular. Só agora o Languedoc está reagindo. Os anos que se aproximam serão melhores, vaticino.
Rogerio Rebouças, do Rio de Janeiro;

4.7.07

Vai faltar garrafa




Na Europa há uma crise de abastecimento de garrafas. Faltam 60 milhões na França e 1,5 bilhões de garrafas na Europa. No Sul da França temos encontrado desde já uma grande dificuldade para conseguir garrafas para vinhos rosés, transparentes, informa Stéphanie Creyssels do grupo Val d'Orbieu, o maio engarrafador do Languedoc.
O motivo da crise é a concentração do mercado. O gigante do setor Saint Gobain, aumentou em 15% os preços em fevereiro e promete novo aumento para 1º de julho. Hoje para uma centena de garrafas tipo bordeaux de 400g paga-se 12 euros.
Tá na hora do Brasil exportar garrafa.

3.7.07

Flash vitícola de 2 de julho para Corbières









Nesta denominação de origem do Languedoc, Sul da França, o estado fenológico de todas as castas é o de fechamento dos cachos da uva. A partir deste momento as vinhas ficam menos sensíveis ao oídio e ao míldio. Para o tratamento contra o oídio deve-se respeitar a cadência do tratamento, utilizando-se métrafenone, spiroxamine, quinoxifen, ou “enxofre molhável”. Para as cepas menos sensíveis e sem sintomas pode-se suspender desde já a aplicação dos produtos.
O míldio mosaico está presente em muitas parcelas apesar da diminuição da sensibilidade dos cachos no estado fenológico atual. O míldio pode provocar uma desfolha precoce e prejudicar o amadurecimento das uvas. Um a dois tratamentos no final da estação são recomendados pela Câmara de Agricultura do Aude.
Os vôos da Eudemis, verme do cacho de 2ª geração, terminaram nos setores mais precoces e nos demais a curva é descendente. Deve-se verificar se o produto aplicado na última vez ainda está ativo, caso contrário deve-se dar um reforço.

2.7.07

Enoturismo no Canal du Midi- Château de Pouzols






Quando se navega pelo Canal du Midi no departamento do Aude e do Hérault, Sul da França, pode-se fazer uma bela visita à rota dos vinhos das denominações de origem Minervois, Saint-Chinian, Malepère, Cabardès, Corbières e Coteaux du Languedoc. Ver pequenas e aprazíveis cidadezinhas com suas igrejas, praças, monumentos aos mortos das duas grandes guerras, a prefeitura, a agência dos correios - La Poste e as escolas municipais, onde ainda se pode ler "Ecole de Filles e Ecole de Garçons". Num passado não muito distante as escolas de meninos e meninas eram separadas e do lado de fora a inscrição mostrava a separação física dos prédios destinados a cada gênero. Toda cidade francesa que se preza tem tudo isto. No Languedoc, onde o vinhedo é a paisagem dominante, toda cidade tem sua cooperativa de viticultores e ao menos um château.
Em Pouzols, no grotão do Minervois, vamos encontrar o Château que leva o nome da cidade e que está na família do barão de Fournas Fabrezan desde 1437. Foram 21 gerações até chegarmos a François Regie de Fournas e Claire, sua esposa, que seguem produzindo num vinhedo de excelência uma das glórias da denominação de origem.
Os vinhos regionais, vin de pays, são comercializados sobre o nome de Domaine de Fournas e os AOC sob a marca Château de Pouzols. O casal divide a tarefa no vinhedo enquanto François cuida da viticultura Claire se dedica à vinificação. O segundo vinho do casal é o Comtesse de Sodali, uma homenagem à Condessa que marcou época no século XV por ter tomado as rédeas da propriedade, com destaque, numa época em que as mulheres raramente assumiam estas funções. O vinho tem suas bases na casta mourvèdre, é generoso, aromas de frutas maduras bem presentes e de forte personalidade, como era Sodali. Já a cuvée La Gardye, outra homenagem, é primeiro vinho de François e Claire, é feito de uma equilibrada assemblagem de syrah, grenache e mourvèdre que nos proporcionam um vinho rico, longo e persistente.
A visita da propriedade e do belo castelo do século XVIII, edificado sob as bases do antigo celeiro do século XV, nos permite conhecer quadros que mostram a nobreza da família, degustar vinhos diretamente do barril na cave de envelhecimento e desfrutar de uma conversa erudita e simpática sobre a história regional e sobre como é importante a dedicação para se fazer um excelente vinho. É uma visita imperdível para os amantes do enoturismo.
foto 1- Condessa de Sodali, foto 2 - Claire na cave, Foto 3 -Vinhos cuvée la Gardye, Foto 3 O Casal François e Claire numa das salas do Château.

28.6.07

Passeando no Canal du Midi





Considerado patrimônio da humanidade pela UNESCO o Canal du Midi é obra privada realizada por Pierre-Paul Riquet, que levará 14 anos para ser concluída, poucos meses após sua morte. Inaugurado em 1681 o canal que ligará o Mediterrâneo ao Atlântico será um importante fator de progresso para o Languedoc-Roussillon ao aproximá-lo do oceano e facilitar a exportação dos vinhos e tecidos do Sul da França.
De Toulouse à Marseillan pode-se percorrer o Canal de bicicleta e desfrutar de um passeio maravilhoso. A cada dia mais e mais amantes do esporte adotam esta opção. Há também os que preferem alugar um “peniche”, o barco de casco plano, tradicional, que não necessita de habilitação para se dirigir e que faz todo o percurso passando por cada eclusa. Neste caso uma bela rota do vinho no Sul da França é proposta. Dezenas de cidades à beira do Canal oferecem bons momentos de degustação gratuita. Outras dezenas de bons e agradáveis restaurantes estão espalhados por todo o percurso, mas claro você pode escolher seus vinhos ao longo do caminho e cozinhar no próprio barco ancorado em frente a um dos aprazíveis vilarejos como Le Sommail, no coração da apelação Minervois. Onde além de vinhos, bares e restaurantes há uma imensa livraria de obras raras, antigas e internacionais. Mesmo livros em português estão à venda. Imperdível. Na foto a ponte du Somail, de 1774 e classificada como uma das mais belas pontes francesas. Amanhã visitaremos o encantador château de Pouzols, no Minervois.

26.6.07

Barco à vela leva vinhos do Languedoc para a Irlanda



Preocupados com o meio ambiente alguns produtores do Languedoc estão utilizando os serviços da CTMV (Companhia de Transporte Marítimo à Vela), empresa que possui dois veleiros do tipo "goélette". Estes foram concebidos para transportar cada um 89 mil garrafas, o equivalente a 12 containeres de 20 pés paletizados. Uma novidade que está chamando a atenção de consumidores na Grã-Bretanha e na Europa do Norte aonde a ecologia é uma preocupação maior.
O vinho é embarcado próximo de Béziers, na localidade de Nove Eclusas e segue pelo Canal du Midi até Bordeaux quando atinge o Atlântico. O preço é similar ao transporte tradicional, mas possui uma vantagem exclusiva, o balanço do mar que faz o vinho evoluir, o que não ocorre nos grandes barcos ou em caminhões.

24.6.07

As fotos de Vinexpo





Veja as fotos que ilustram a matérias anteriores com mais precisão.
Foto 1: Stand tipo bar do Corbières
Foto 2: Stand do Languedoc e caves participantes
Foto 3: Vinho em embalagem tetra pack

22.6.07

Acabou a VINEXPO



A grande feira mundial do vinho, realizada bienalmente, acabou ontem às 15 horas, mas ao meio dia muitos já se despediam. Os que vieram de longe se anteciparam. No final da festa garrafas semi-vazias ou mesmo cheias são colocadas nos corredores e em seguida recolhidas por transeuntes que aproveitam esta oportunidade. Um organismo beneficente recolhe as garrafas fechadas de menor valor que são deixadas.
Vale lembrar que era imensa a participação de italianos, portugueses, espanhóis, argentinos, uruguaios e chilenos. Marcaram presença de forma agrupada formando um belo conjunto e eram bastante visitados. Vinhos das colinas de Golan, de Israel e vinhos do Vale de Bekaa, do Líbano, próximos conviviam em harmonia e mostravam bons vinhos. Os do Líbano com um corte típico do Sul da França.
Esta ofereceu pequenos espaços nos seus grandes stands a centenas de produtores que formavam dois grandes grupos o do Roussillon e o do Languedoc. Jean-Jean, Foncalieu, Vignerons Catalans, Aimery/Sieur d'Arques, UCOAR, Gerard Bertrand, Sckalli e Val d'Orbieu, os grandes do Sul, com bons stands individuais de uns cem metros quadrados cada. Como quase todos os grandes da feira. Com certeza dentro de poucos meses algumas novidades chegarão ao Brasil, afinal mais de vinte importadoras brasileiras estiveram no salão.

21.6.07

O dia a dia em VINEXPO





Degustar, conversar, participar de debates, descobrir novidades, ver lançamentos, fazer política em diversos idiomas, sempre em torno do vinho, isto é Vinexpo. Quem pensa que não se faz política aqui está enganado. Os sindicatos de denominações, as federações e os políticos tentam mostrar aqui que seus programas são eficientes, que o dinheiro é bem investido e que há retorno. Tudo isto no meio de milhares de degustações.
O centro hoteleiro de Bordeaux fica do outro lado do Lago e uma longa passarela permite um rápido acesso (foto). Mas o privilégio de se hospedar em Bordeaux Lac é só para os prevenidos que reservaram com dois anos de antecedência. Quem deixou para fevereiro deste ano ficou, se teve sorte, em Cestas, uma saída bem longe do outro lado de Bordeaux. Os outros foram parar fora dos limites da grande Bordeaux.
As inscrições pela internet nem sempre funcionam mas basta estar com um cartão de visitas que uma simpática recepcionista (foto) faz seu credenciamento na hora e sem fila. Uma maravilha. Os restaurantes e lanchonetes caros, com fila e qualidade mediana, mas limpos e com bom aendimento. Normal numa feira.

20.6.07

InterSud lança na Vinexpo seu plano estratégico decenal



Bernard Devic, presidente de InterSud lançou ontem em Bordeaux seu ambicioso plano de crescimento para os próximos 10 anos. A meta é de dobrar de volume nos próximos dez anos. Para atingir este objetivo 10 milhões de euros serão utilizados apenas em 2007. A associação entre o estilo de vida do Mediterrâneo e dos vinhos do Sul da França está na base da estratégia deste crescimento. Na França a meta é de passar de 1,5 para 2,7 milhões de hl.
InterSud reúne todas as denominações de origem e vinhos regionais do Languedoc-Roussillon. Nos seis países chaves EUA, Inglaterra, Canadá, Japão, Holanda e Alemanha a previsão decenal é de pular de 950 milhões para 2,5 bilhões de euros.
Amanhã as metas para o Brasil.

19.6.07

Aimery lança a Cuvée 1531 Rosé

Uma das novidades da VINEXPO é o lançamento da premiada Cooperativa Aimery/Sieur d'Arques, da versão rosé do seu Crémant de Limoux cuvée 1531, à venda no Brasil no supermecado carioca Zona Sul e em Minas no Super Nossa.
Utilizando o famoso jeitinho brasileiro, a denominação não tem o direito de escrever rosé na etiqueta para o espumante AOC, trocou a cor da garrafa de verde escuro para transparente.
Que é rosé ficou óbvio. Na boca é uma alegria, frescor, vivacidade, aromas florais e frutas. Um encanto para o verão e os dias ensolarados do Brasil.

18.6.07

Começou a Vinexpo 2007

Como em todos os salões os expositores fazem de tudo ou quase tudo para chamar a atenção dos visitantes. Belas recepcionistas, fantasias, roupas ousadas, decoração temática dos stands, belas etiquetas, argumentos, preço e bons vinhos. Tudo é permitido.
Pela primeira vez os profissionais do marketing estão expondo no Salão, são 54 participantes de 10 países que apresentam idéias inovadoras para chamar a atenção do consumidor final. Vamos conferir.
Muito grande a participação dos vinhos do Sul da França. CIVL e CIVR ( Comitê Interprofissional dos Vinhos do Languedoc e do Roussillon) montaram grandes espaços no hall 2 onde estão expondo centenas de produtores. O sindicato do Corbières com um grande stand em forma de bar coloca nas suas mesas diversos produtores da denominação.
Sieur d'Arques:Aimery com sua tradicional fonte em um grande stand em cor salmão pastel reforça o lançamento da Bulle nº1 safra 2003, que levou a medalha de ouro no recente concurso dos Grandes Vinhos do Sul e também entrou no grupo dos TOP do Sul no concurso. Também levaram ouro os brancos de chardonnay Terroir d'Autan, Terroir Mediterranéan e Vichon. Quem também levou ouro para casa foi Rocbère com seus Vent Marin e Grand Opéra, este disponível no Brasil e importado pela Barrinhas. Val d'Orbieu (Vignerons de la Mediterranée) está lançando vinhos de castas em embalagem tetrapack em dois formatos um litro e 200 ml, o menor vem com canudinho. O vinho tem qualidade, não é primeiro preço, e a embalagem é inovadora.

AOC do Languedoc
No que concerne aos vinhos uma nova denominação de origem estará sendo lançada hoje, segunda feira, é o AOC do Languedoc. Finalmente o maior vinhedo do mundo tem uma apelação que leva seu nome. Antes de ser lançado um estudo organoléptico aprofundado foi realizado pelo CIVL. Um total de 300 consumidores degustaram e compararam os novos produtos da denominação antes de seu lançamento. Testado e aprovado. Estarei no lançamento e farei também meus testes, a conferir.

15.6.07

Sul da França na Vinexpo 2007



O grande salão mundial do vinho começa no próximo domingo 17 e termina no dia 21 de junho. Estarão presentes produtores de todo o mundo e de todos os tamanhos. É um evento diferente dos demais por ser global. Todos participam em maior ou menor escala. As grandes marcas míticas se fazem presentes, os "jovens" atores do novo mundo buscam consolidar seu espaço, os pequenos mostram sua cara e o Sul da França invade o pedaço com todo seu charme.
Estaremos a partir de domingo na Vinexpo e daremos cobertura diária sobre os Vinhos e Vinhedos do Sul da França.
Do Languedoc-Roussillon estarão presentes o Grupo Val d'Orbieu, Sieur d'Arques Aimery, Les Caves Rocbère, Château Grand Moulin, Vignerons Catalans en Roussillon, Château Auriol e dezenas de outros. Muitos estarão no espaço comum do Comitê Interprofissional do Languedoc, do Roussillon, no do Sindicato da denominação ou em stands exclusivos.
Um grande encontro, grandes negócios, festa, alegria e intercâmbio de paladares, técnicas de cultivo, vinificação e de marketing. Um bom local para se aprender e desvendar alguns mistérios do vinho. Até lá.