6.7.07

Qual o real problema do vinho na Europa e no Sul da França ?

Superprodução, crise, concorrência, péssima comercialização ou marketing ruim? Qual a solução? Arrancar vinhas, diminuir a produção, parar de destilar, desregulamentar a produção e diminuir subsídios como propõe a União Européia ou investir no marketing, na promoção, na logística e na comercialização? Segundo Jean-Marie Fabre, presidente do Sindicato dos Produtores Independentes, "não há superprodução no Languedoc e a prática de arrancar vinhas existe desde 1999, já foram arrancados 150 mil hectares e isto não nos afetou". Parcelas que não são rentáveis, produtores que se aposentam arrancam suas vinhas para receber o prêmio, recompensa financeira. Cabe esclarecer que para plantar também se compra um direito de cultivo da vinha em toda a França.

Enquanto os negociantes e indústrias do vinho estão de acordo com a UE os produtores possuem um ponto de vista diferente. Eles sabem que o gargalo está na comercialização e não na qualidade ou na superprodução. Hoje a qualidade dos vinhos do Languedoc é muito boa, os vinhos ruins são uma minoria. Os que não se adaptaram aos tempos da qualidade vão desaparecer naturalmente.
Deve-se compreender que o consumo mundial está aumentando nos países que se iniciaram no vinho mais recentemente. É no velho mundo que o consumo cai. O problema é que este sempre foi o principal mercado do vinho francês. Junte-se a isto a concorrência dos vinhedos do Novo Mundo e uma perda de mercado nos últimos vinte anos e a Europa e o Sul da França tem um problema nas mãos. Esta perda aconteceu em todo o mundo e no Brasil em particular. Só agora o Languedoc está reagindo. Os anos que se aproximam serão melhores, vaticino.
Rogerio Rebouças, do Rio de Janeiro;

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