6.6.08

O mercado mundia II. Pergunta do André.







Pergunta do leitor: Rogerio, faltou aí mostrar o quadro da produção mundial. Se comparar o volume produzido no velho mundo e no novo mundo e o market-share mundial, a Europa continua perdendo feio.
André sua pergunta é interessante e se vamos falar de produção mundial e exportação mundial, devemos ver como vai o consumo em cada um desses países. É este o calcanhar de aquiles do velho mundo. É queda no consumo de vinho em França e Itália que provoca a mudança de perfil na comercialização dos vinhos europeus. Saiba que muitos vinhos consumidos na França não são vinificados iguais à versão exportada. Vamos aos quadros.
Amanhã em mais.

5.6.08

Folga em homenagem ao tricolor

Hoje o Blog tá de folga comemorando a goleada e a consequente classificação tricolor. O Fluminense se comportou como um time de bravos e com muita técnica e inspiração eliminou o Boca. Saudações tricolores a todos. Amanhã eu volto.

4.6.08

A densidade de cultivo no Languedoc. O caso Baron'Arques.

Na foto vinhedo em alta densidade da casta merlot em Baron 'Arques.

Durante o curso de enologia vimos que a forma de condução característica do Languedoc, no que tange a densidade do cultivo, gira em torno de 2500 pés/ha a 4500 pés/há. Há uma média nos AOC de 3500 pés/ha e nos Cru de 4000 pés/ha. Mas quando fomos ao Domaine de Baron' Arques, em Limoux, fruto de uma joint venture entre a Baronesa Philippine de Rothschild (Mouton Rothschild, braço inglês da família) e da badalada cooperativa Sieur d'Arques, vimos uma técnica de cultivo típica dos grandes Bordeaux. A plantação em alta densidade da casta merlot com 8000 pés/ha.
Situada na parte menos alta da propriedade e num tabuleiro, a técnica deu bons resultados devido ao clima de Limoux, mais frio e úmido que a média do Languedoc. Já nas encostas e com mais altitude a opção foi por uma densidade de 3500 pés. Duas opções técnicas que mostram a diversidade do terroir de Limoux. Local excepcional para as castas merlot, pinot noir e chardonnay.
A união da experiência e tecnologia de Sieur d'Arques no Languedoc e a tradição e expertise "bordelaise" da baronesa nos ofereceram uma degustação de excelente nível. Destaque para o 2OO5. Aguardamos com ansiedade 2006 e 2007, anos que prometem.

3.6.08




No alto e acima a primeira turma do Curso de Enologia, à esquerda o merecido Diploma e à direita o L'Absolu do Château Rouquette sur Mer, AOC La Clape.
Ontem falei sobre o mercado do vinho, mas hoje volto a falar do curso de Enologia. Foi muito rico. Não paro de receber emails dos alunos agradecendo a qualidade do curso, das visitas e da recepção que tiveram. Foi gratificante. Mas que trabalho! Receber um grupo de 13 pessoas que vai seguir uma programação intensiva não é tarefa fácil. Apesar dos 48 anos de praia era marinheiro de primeira viagem.
Aulas, almoços, traslados, visitas técnicas, dicas de onde ir, tradução integral das aulas e conversas com produtores. Tudo programado e funcionando com perfeição no Sul da França. Ao final da prova os alunos puderam comemorar o esforço. Afinal, na véspera se reuniram todos no saguão do hotel e revisaram as duas apostilas. Passaram. Receberam em solenidade singela, das mãos da representante do Ministério da Agricultura francês, o diploma oficial do curso de Enologia. Com direito a carimbo federal, Marianne, e validade européia.
Muito legal foi ver que a seleção das visitas permitiu ter uma exata idéia de como se faz vinho no Languedoc Roussillon. Desde pequenos produtores fazendo vinhos artesanais e com poucos recursos, passando por propriedades médias com tecnologia de ponta e mesmo a maior unidade de engarrafamento do Aude e uma das maiores do Languedoc. O interessante é que todos os métodos e tecnologias permitiam fazer com que o vinho obtivesse o resultado final desejado pelo produtor.
No último dia visitamos o belo Château Rouquette sur Mer, que no segundo semestre chega ao Duty Free Shop brasileiro, hoje Dufry. Tivemos a grata oportunidade de provar o L'Absolu, o novo vinho da casa, que recebeu a única medalha de ouro,Regional Trophy, do Languedoc e uma das 16 da França no concurso da revista inglesa Decanter. Este ainda não está à venda nem na França. Joseph Morgan o pontuou entre 92 e 93 pontos.
Outra avant-première foi a degustação na cave da nossa professora a enóloga Marie Valette que produz vinhos em Leucate, AOCs Fitou (tinto) e Corbières (branco). A nova edição da Revue des Vins de France, o Morgan a comprou fresquinha em Paris, sobre a safra 2007, poupa apenas os vinhos do Sul da França e Sauternes. A grande surpresa dos alunos, sempre atentos, é que a cuvée Bel Amant do Château Champs de Soeurs, de Marie, recebeu uma das 13 melhores notas de toda a França - 18/20. Sorte dos alunos que degustaram a nova safra ainda com rótulo provisório.
Em outubro faremos outro grupo. Inscrições com a Tornaviagem.

2.6.08

A França e o mercado mundial do vinho


Participação no mercado mundial de exportações



A velha Europa lidera a produção mundial de vinho. França em primeiro com 51,7 milhões de hl, seguida da Itália com 49,6 e Espanha com 38,2. Na sequência EUA (19,7), Argentina (15,5), Áustralia (14,3), África do Sul (10,1) e Alemanha (8,9). China em 11º e Brasil em 12º (belo salto).
O que se vê nas estatísticas é que o rendimento médio do Novo Mundo é de 94,7 hl/ha em 2006 contra 53,9 hl/ha na Europa. Isto quer dizer que, na média, o vinho europeu tende a ser muito melhor que os do Novo Mundo. O europeu é, portanto mais caro, com menos artifícios químicos, mais verdadeiro. Vale lembrar que na França a pequena propriedade domina, o que é terrível para o marketing. Falta de verba, política de conquista de mercado desorganizada, escassez de marcas mundiais,... Para ilustrar basta ver que das dez maiores propriedades vinícolas do mundo apenas uma é européia (Codorniu- ES).
Talvez o consumidor do Novo Mundo prefira um vinho pasteurizado, onde todos os vinhos sejam iguais. Conceito que em marketing é muito mais fácil de trabalhar. O vinho moderno e de fácil consumo são para os debutantes. Quem evolui muda rapidamente seu perfil de consumo.
As mudanças que ocorrem na legislação francesa visam atender, em parte, este novo consumidor que tem dificuldade (muito compreensível) de saber qual das centenas de AOC ou Vin de Pays (VDP) ele deve escolher na prateleira. A mudança na legislação é para brigar sim, com o Novo Mundo, por este consumidor, mas não na faixa super premium. Chips (copeaux) só para Vin de Pays (varietais e regionais) na França. Se a legislação dos VDP e VDT (vinho de mesa) foi flexibilizada esta ocorreu para atender uma demanda de mercado na faixa inferior do segmento. Afinal, o custo da uva na Africa do Sul é de apenas 0,16€ por kilo de uva e na França 0,37€ por kg!
O que acontece no novo mundo é que lá há mais liberdade para se fazer o vinho do que no Velho Mundo. Foi isto o que o agricultor europeu pediu para poder disputar o mercado de primeiro preço em condições iguais.
Veja bem os líderes de exportação por volume são Itália(21,4%), Espanha (19,8%), França (17,6%) e Austrália (8,9%). Em valor a ordem é França (35,5%), Itáia (18,1%), Austrália (9,6%) e Espanha (8,2%). Se a França cresce pouco em volume nas exportações por outro lado vê subir seu preço médio por garrafa. Sinal de que o consumidor busca a qualidade quando compra um vinho francês. Olha a referência mundial se exprimindo.
No Sul da França, o Comitê Interprofissional do Vinho do Languedoc (CIVL) está construindo uma nova hierarquização dos vinhos do Languedoc, tendo na base da pirâmide a nova denominação de origem Languedoc. Seguido das demais denominações como Corbières, Fitou, Minervois... Acima destes os Cru Boutenac (Corbières) , Cru Berlou (Saint Chinian) e Cru La Livinière (Minervois). Aos quais devem se juntar La Clape e Pic Saint Loup, hoje ainda Coteaux du Languedoc.
A França reconquistou o mercado Inglês em volume com 23% do total seguido da Austrália que recuou para 19% e a Itália segue na cola desta com 15%.
Então tudo é maravilha na França e no Velho Mundo? Nada disto o esforço pela qualidade e conquista de mercado é duro e o viticultor tem sofrido. Quem trabalha mal a uva e o comércio perdeu muito mercado. Quem produz bem e sabe vender está bem melhor. Não são anos fáceis. Mas o esforço tem sido bem recompensado. Mas muito ainda precisa ser feito e revisto.
Só para terminar por hoje, só por hoje, a França exporta em Euros, moeda valorizada frente ao dólar americano. Os EUA são o 3º maior país consumidor.
Desculpem mas para quem gosta de bom vinho a França é a grande referência mundial seguida de Itália, Portugal, Alemanha (brancos) e Espanha.
Fonte: Viniflhor 2007

30.5.08

Hoje é dia de prova


Vista da laguna de Bages e do vilarejo.


Após duas semanas de aulas teóricas, visita de vinícolas de diferentes portes, a um centro de pesquisa e ao sindicato de produtores, CIVL, chegou o dia da prova final. Isso mesmo, hoje os alunos fazem a prova de enologia pela manhã. São 37 questões, 27 em múltipla escolha e 10 abertas. A pontuação exigida é de 75% por assunto estudado. Em seguida almoço no belo Le Portanel, em Bages, com vista para suas lagunas. Enquanto a professora Marie Valette corrige as provas, visitaremos ainda o Château Rouquette sur Mer com sua vista deslumbrante. Na volta entrega das notas e dos diplomas aos que fizerem jus. Na seqüência o Ministério da Agricultura e o CFPPA do Quatourze, nossa escola, oferecem aos alunos um "vin d'honneur". Como diria a Hilidegard Angel -"Chiquérrimo".

24.5.08

Alunos brasileiros fazem sucesso no Sul da França

Claudia Oliveira, aluna, aprende a fazer a poda em verde(epamprage) em La Livinière.
A primeira turma de Enologia brasileira no Sul da França está sendo um grande sucesso. Aulas de excelente nível técnico com perguntas que aprofundam a matéria e esclarecem os métodos utilizados no Languedoc e na França. Questões sobre o comportamento de castas oriundas de regiões mais frias ( merlot, chardonnay, cabernet sauvignon), sua adaptação ao clima Mediterrâneo e seu comportamento no Brasil, enriquecem o curso e provocam uma verdadeira troca de experiências.
Visitas técnicas em cantinas de diversos tamanhos e produzindo vinhos com diversos objetivos de mercado. Desde um pequeno produtor bastante artesanal com cubas de fibra e material de cantina bastante simples, mas aplicando as melhores técnicas de cultivo e vinificação num território excepcional o Minervois La Livinière, o primeiro Cru do Languedoc. O resultado foi que a degustação encantou a todos e supreendeu provocando um acesso de compras das safras de 98 e 99. No Brasil apenas a 2002 é vendida pela Vitis Vinífera.
Outra visita muito interessante foi no INRA (Instituto Nacional de Pesquisa Agrícola) de Pech Rouge, em Gruissan a 12 kilômetros de Narbonne, o único centro exclusivamente viti-vinícola da França. Responsável dentre outros pela criação das tecnologias de eletro diálise (estabilização do vinho) e a badalada Flash Détente.
Prefeito pede encontro
Após o destaque na imprensa na última terça-feira o grupo foi convidado para um vin d’honneur por Jacques Bascou, Deputado Federal e prefeito de Narbonne, cidade de médio porte onde acontece o curso. Bascou quer ter um papo descontraído, "tête à tête", com os formadores de opinião brasileiros. O encontro deve acontecer na próxima sexta-feira às 18 horas, na sede da Prefeitura, na Catedral de Saint Just, entorno de vinhos do Languedoc.

23.5.08

Alunos do ,curso de Enologia são destaque na imprensa francesa



A imprensa francesa deu destaque, página dois, para a inédita presença de uma turma de alunos brasileiros no CFPPA de Narbonne, Sul da França.

21.5.08

Rápidas:

Um sucesso a visita do grupo de estudantes do curso de enologia ao Château de Saint Julien de Septime, o mais antigo celeiro da Abadia de Fontfroide, que data de 1093.

Hoje visita ao Domaine Aimé, Minervois La Lininière, um Cru, importado pela Vitis Vinífera, do Rio.

20.5.08

Começou o curso de Enologia

Joseph Morgan da ABS e figura carimbada na L'Orangerie, Laranjeiras, Rio, degusta um pinot blanc da Alsácia.


Começou o curso de Enologia Aplicação Profissional, para brasileiros, em Narbonne, Sul da França. Pela manhã apresentação do vinhedo francês e sua legislação, seguido de uma degustação. Após o almoço de confraternização com a direção geral acadêmica do sistema de formação profissional de jovens e adultos do Aude, o grupo foi ter uma palestra no CIVL, Comitê Interprofissional do Vinho do Languedoc, em sua sede numa antiga capela jacobina. Seguida de uma degustação de diferentes denominações do Languedoc. Depois eu conto mais.

19.5.08

Muscat o drink do verão


Desde 2006 as federações profissionais do Languedoc e do Roussillon promovem os diversos Muscat como o grande drink de verão. São vários: Lunel, St. Jean de Minervois, Frontignan e Rivesaltes. A campanha deste ano tem como slogan a frase "Aqui o aperitivo é o Muscat". É verdade, no Sul da França o Muscat não é tratado apenas como um vinho de sobremesa ou que acompanha muito bem o "foie gras". Gelado ou mesmo com gelo o Muscat é figurinha fácil antes do almoço ou jantar.
A campanha mostra um Muscat moderno servido à moda James Bond ou Sex and the City. Brinca com as azeitonas, outro produto típico da região, e com o verão. Como vocês sabem Artur Azevedo, presidente da ABS-SP, agradeceu aos deuses o Muscat de St. Jean de Minervois Vendanges d'Autonne e Eclats Blancs, da cooperativa de St. Jean de Minervois. Descubra-os você também.

17.5.08

Por dentro do I curso de enologia


Catherine Olés e Marie Valette profesoras do CFPPA de Narbonne


Os preparativos para a chegada da primeira turma de brasileiros a cursar a formação Enologia Aplicação Profissional no Sul da França, tem me tomado muito tempo. Mas o programa ficou legal, as aulas estão traduzidas, as visitas técnicas estão todas agendadas e toda a logística organizada e definida. Não é pouco.
Desde a escolha dos restaurantes com critérios de tipicidade, preço, localização e carta de vinhos até dos proprietários dos vinhedos e técnicos que irão transmitir seus conhecimentos tudo foi planejado. Os vinhedos visitados são em condução sustentada e orgânica, ou como se diz por aqui, "biô". As vinícolas visitadas são de diferentes denominações de origem e dentro destas em diferentes terroirs, formas de vinificar e cortar os vinhos. Corbières terroirs Fontfroide, Lagrasse e Sigean (de um total de onze) Minervois, Coteaux de Languedoc La Clape, Fitou, Côtes du Roussillon, Banyuls, Limoux terroir Autan e Haute Valée. Assim veremos produtores de vinhos, espumantes e fortificados. Além de um encontro com a direção da Câmara de Agricultura que oferece o suporte técnico aos agricultores, o Comitê Interprofissional do Vinho do Languedoc (CIVL) e uma visita às instalações de pesquisa do INRA em Gruissan (veja artigo sobre o vinho de 10º abaixo).
A participação de três professores diferentes Catherine Olés, bióloga formada em Bordeaux, Marie Valette, enóloga e produtora e Bertrand Folet comercialização do vinho e ex-produtor, para que se tenha uma diversidade maior no aprendizado. Tudo planejado meticulosamente para que se tenha uma boa formação teórica e prática. Que nossos alunos não apenas aprendam a vinificar, mas que conheçam em profundidade o Languedoc Roussillon, seus terroirs, sua cultura e os personagens que dão vida a estes vinhos maravilhosos.
Falando em cultura a Septimanie, o atual Languedoc Roussillon, a mais romana das províncias do Império, era mesmo uma civilização diferente que foi conquistada pelo Rei de França na cruzada Albigense. Aqui, ainda se fala “oucitan” um "patois" mais latino que o francês.

14.5.08

Alunos do curso e enologia visitarão vinhedo Bio

Os alunos brasileiros do cusro de Enologia Aplicação Profissional, do CFPPA do Aude, visitarão durante a formação o Cellier de Ségur em Ribaute, nos Corbières. A inclusão de uma propriedade em bio (orgânica no Brasil) amplia o horizonte dos alunos. Em Ribaute há muitos anos diversos produtores optaram pela condução do vinhedo de forma bio. As demais visitas serão em condução raisonée ( razovel, sustentada) que podemos chamar de ecologicamente corretas. Mais não são biodiversidade nem orgânicas.

12.5.08

"Dix de Pech Rouge" tem apenas 10º vol



Alunos do curso de Enologia para brasileiros no Sul da França vão conhecer vinho experimental do INRA (Instituto Nacional de Pesquisa Agrícola) que tem apenas 10º de álcool. O centro de pesquisa Pech Rouge do INRA, no vilarejo de Gruissan, no Languedoc, Sul da França, desenvolveu e acaba de lançar o "Dix de Pech Rouge”. Fruto de muita tecnologia: nova variedade de pés, leveduras, técnicas de fermentação, enfim tudo menos OGM, precisa Jean-Louis Escudier diretor do Instituto.
Mas por qual motivo fazer um vinho a 10º vol.? Simples questão de facilitar a vida de quem vai dirigir, por exemplo. Não é um grande vinho e não era este o primeiro objetivo da pesquisa. O vinho original deveria atingir mais de 14ºvol. Os primeiros dois graus o consumidor sequer percebia a diferença. Mas fomos mais longe. As pesquisas foram apoiadas por grandes indústrias como Pernod Ricard e pela Federação Nacional de Vinhos Regionais.
Lembro ao leitor brasileiro que na França e na Europa a fiscalização da polícia para combater o excesso de álcool no volante é rigorosa e intensa. O uso de teste com bafômetros, especialmente à noite e na saída de bares e mesmo de restaurantes é muito comum.
A qualidade do vinho? Vamos provar juntos na próxima semana, mas não esperem muito, é um vinho pro dia a dia. Afinal, é o primeiro teste. O preço um é um pouco salgado 4€. O que se justifica pelo grande uso tecnológico nesta fase experimental e pelo pequeno volume produzido. Qual seria o preço justo para um vinho dia a dia? Entre dois e três euros.