26.7.07

O muscat de Frontignan ainda tem muito espaço para evoluir














Quando passeamos pelo Mediterrâneo, no Sul da França, nos confrontamos com uma paisagem que mescla um mar sem ondas de cor cristalina, "garrigue" (um agreste bonitinho), vinhedos e história, muita história. Histórias de um país antigo, cheio de personagens, glórias, lendas e hábitos. Estes muitas vezes difíceis de mudar, mesmo que os novos tempos da globalização implorem por uma mexidinha.
Em Frontignan uma das principais regiões produtoras de Muscat da França e do Languedoc, ainda se poda vinhedos em gobelet. O que para mim não é nenhuma novidade. Vinhedos mais antigos ou que não precisem obrigatoriamente de espaldeiras utilizam esta forma de poda. O que se vê bastante hoje em dia é o uso de espaldeiras para levantar a folhagem das vinhas podadas em gobelet. Para Mauro Zanus, os excelentes muscat de Frontignan ainda têm um bom espaço para crescer em qualidade e esta é uma das razões. Hábito de poda que não quer mudar.
Durante o Festival do Muscat pude degustar o Muscat seco, Terres Blanches, VDP d'Oc, 2006, 12,5% vol., da Cave les Vignerons de Frontignan, uma boa cooperativa. Elaborado com muscat petit grains, dita muscat de Frontignan, colhidas sob as vertentes pedregosas da "garrigue" que se espalha por toda a região. O vinho é de um amarelo palha, límpido e pleno de frescor. Na boca nos oferece notas de limão e lima, também presentes no nariz que se juntam à pera e banana. Ideal com frutos do mar e notadamente ostras frescas. Premiado com a medalha de ouro no C.G.A. de Paris em 99, 00, 01 e Muscat du Monde em 01.