

Quando passeamos pelo Mediterrâneo, no Sul da França, nos confrontamos com uma paisagem que mescla um mar sem ondas de cor cristalina, "garrigue" (um agreste bonitinho), vinhedos e história, muita história. Histórias de um país antigo, cheio de personagens, glórias, lendas e hábitos. Estes muitas vezes difíceis de mudar, mesmo que os novos tempos da globalização implorem por uma mexidinha.
Em Frontignan uma das principais regiões produtoras de Muscat da França e do Languedoc, ainda se poda vinhedos em gobelet. O que para mim não é nenhuma novidade. Vinhedos mais antigos ou que não precisem obrigatoriamente de espaldeiras utilizam esta forma de poda. O que se vê bastante hoje em dia é o uso de espaldeiras para levantar a folhagem das vinhas podadas em gobelet. Para Mauro Zanus, os excelentes muscat de Frontignan ainda têm um bom espaço para crescer em qualidade e esta é uma das razões. Hábito de poda que não quer mudar.
Durante o Festival do Muscat pude degustar o Muscat seco, Terres Blanches, VDP d'Oc, 2006, 12,5% vol., da Cave les Vignerons de Frontignan, uma boa cooperativa. Elaborado com muscat petit grains, dita muscat de Frontignan, colhidas sob as vertentes pedregosas da "garrigue" que se espalha por toda a região. O vinho é de um amarelo palha, límpido e pleno de frescor. Na boca nos oferece notas de limão e lima, também presentes no nariz que se juntam à pera e banana. Ideal com frutos do mar e notadamente ostras frescas. Premiado com a medalha de ouro no C.G.A. de Paris em 99, 00, 01 e Muscat du Monde em 01.