3.3.09

O vinho brasileiro não se dá conta da sua importância

A famosa frase de D. João VI cai como uma luva para o vinho nacional “- Antes para ti que para qualquer um destes aventureiros”.



O vinho brasileiro, infelizmente, é caro. Uma pena. Muita tecnologia, equipamentos modernos, financiamento bancário com juros brasileiros, excesso de mão de obra no vinhedo e nas adegas e, acredito, que também o clima chuvoso que exige muito tratamento. Se o vinho brasileiro fosse mais barato, se este pudesse ser no mínimo a porta de entrada de consumo, o mercado seria bem maior para todos. Claro que haveria também lugar para grandes vinhos nacionais. Como há hoje para os espumantes. Incrivelmente de preço super competitivos e de boa qualidade. Se o espumante pode porque o tinto ou branco e o rosé não podem? Um rosé simpático num país quente como o nosso seria uma mão na roda.

Na Argentina um Chandon, tradição, está a 35 pesos na promoção e 46, na tabela, no supermercado Jumbo, um dos líderes. Taxa de câmbio: 1 Real = 1,5 Pesos

Antes que digam que defendo para o vinho brasileiro o papel único e exclusivo de vinho do dia a dia aviso- “não defendo este ponto de vista”. Quero mostrar que mesmo na França no século XX até os anos 70, enquanto Bordeaux e Borgonha construíam sua fama o Languedoc se enriquecia fazendo o vinho ordinário. Repito se enriquecia. O vinho industrial foi sinônimo de prosperidade na região até 1950. Época em que o francês consumia 100 litros per capita. Hoje tudo mudou e o Languedoc faz vinhos de excelência e continua tendo o melhor preço da França. O primeiro mercado é o interno e o primeiro vinho de cada um deve ser o nacional. Quando estes objetivos forem atingidos o vinho vai se vender em grandes volumes no Brasil e o vinho importado terá também um mercado muito maior.

O vinho brasileiro, neste momento, terá mostrado sua carta de visita e poderá vender, sem vergonha, vinhos caros e de alta qualidade pois, será ele que terá moldado o paladar do brasileiro. Como diria D. João VI “- Antes para ti que para qualquer um destes aventureiros”.