31.5.07

Languedoc-Roussillon, o maior vinhedo do mundo - parte II









Legenda: A melhor expresão da riqueza do Sul da França é a maison de maître , construção que caracteriza este período de prosperidade que se inicia após a crise da Philoxera em Bordeaux e termina nos anos 50, tendo como casta de referência a produtiva e resistente aramon.


Os vinhos do Languedoc que fizeram sucesso na Roma antiga, como nos atestou Tito Lívio em sua República, não tinham nos anos 50 a qualidade que o consumidor iria desejar nos anos seguintes. A queda vertiginosa do consumo do vinho de mesa provocará uma mudança de mentalidade no viticultor. Em 1956 o francês consumia 100 litros por ano de “vin de table”, em 1970 este volume era de 75 litros e hoje é de 50 litros. Se antes o objetivo era produzir mais volume a um menor custo agora a busca é pela qualidade.
Deixava-se de plantar nas áreas planas e voltava-se a privilegiar as encostas. Em 1948 havia apenas uma região demarcada no Sul da França, Fitou. Em 1950 o Corbières torna-se um VDQS, Vinho de Qualidade Superior, degrau que antecede ao AOC, Denominação Controlada. Mas será nos anos 70 que este processo de busca pela qualidade assumirá a condição de uma nova postura por parte da maioria dos produtores em direção a um vinho de excelência que começa a ser reconhecido internacionalmente.
A aramom teve seu replantio interditado e foi substituída por novas castas como a grenache. Foram plantadas também castas mais nobres como chardonnay, cabernet sauvignon, merlot, sauvignon e tivemos a volta da syrah, e de outras castas do mediterrâneo como mourvèdre e cinsault. A carignan que ao lado da aramon dominava os vinhedos viu sua participação se restringir a regiões de encostas e solo pobre, onde conduzida de forma a render pouco traz estrutura, cor e longevidade ao vinho.
A diversidade de castas presentes no Languedoc não se encontra em nenhum outro vinhedo francês. Apesar de todas as restrições de cultivo que a legislação impõe aos vinhos de Denominação de Origem temos aqui uma região também privilegiada no que concerne ao número de castas permitidas. Privilegiada sim, pois as diversas assemblagens permitem uma busca por um vinho melhor e mais adaptado a cada “terroir”. Na Borgonha, por exemplo, o produtor está restrito a Pinot Noir para os tintos e a Chardonnay para os brancos, não havendo portanto corte.
São 30 as castas utilizadas no Sul da França. As principais são carignan, 21%, grenache 16%, syrah, 15%, merlot, 9%, e chardonnay 4%. Nenhuma outra das 25 castas atinge mais de 4%.
Dentre as outras 25 podemos destacar para tintos e rosés a cinsault, vermentino, terret noir, mourvèdre, famosa em Bandol e para os brancos, roussanne, bourboulenc, marssanne e viognier. Para brancos doces muscat à petit grains e muscat de Alexandria. Para a blanquette de Limoux mauzac e chenin.
Cada uva colabora à sua maneira para que se faça um bom vinho. A grenache dá calor, participa na formação dos aromas, mas se oxida facilmente com o tempo, a syrah traz taninos e aromas que evoluem ao longo dos anos, a mourvèdre oferece vinhos de guarda e elegantes, virtude bastante na moda e apreciada. A cinsault, cultivada em terrenos pobres, dá vinhos macios e agradavelmente frutados participando de forma importante no corte dos rosés.
Continua...

30.5.07

Languedoc-Roussillon - o maior vinhedo do mundo - 1ª parte




Muita gente não se dá conta de que o Languedoc-Roussillon, Sul da França, é o maior vinhedo do mundo e, claro, também da França. Para ilustrar vou dar alguns números. São 310 mil ha de vinhas que se estendem de Banyuls nos Pirineus até Arles às margens do Rhône. Enquanto toda a Califórnia tem "apenas" 80,7 mil ha de vinhedo. Mendoza o maior vinhedo argentino tem 145 mil ha. Em volume é também o maior com 15.718 mil hectolitros. Bem mais do que Bordeaux e toda a Aquitânia que se contentam com pouco mais de 7 milhões de hl, ficando em segundo lugar. Toda a Austrália produz 14 milhões de hl.

E se tudo isto é verdade por que grande parte dos enófilos não sabe disto? O motivo é que no pós-guerra e até 1956 a França consumia muito vinho de mesa, simples e com teor alcoólico, 9ºGL, bem inferior ao de hoje. O vinho era servido nos quartéis, repartições públicas, nas escolas, nestas cortado com água. Era um tratado como alimento. Nesta época o vinho industrial era um grande negócio e o Languedoc-Roussillon, o grande produtor deste vinho popular e barato. Os vinhedos desceram para a planície e as castas aramon e a carignan tinham alto rendimento e faziam a festa da produção que enriquecia os viticultores. Mas nem sempre foi assim como nos atestam os Romanos.
A história começa a mudar nos anos 70 motivada pela queda vertiginosa da consumação dos vinhos de mesa. Castas oriundas do Languedoc como a Syrah haviam desaparecido e ganharam fama em Côtes du Rhône. Continua...

29.5.07

Os ventos Tramontana, Marin e o vinhedo no Sul da França


O quadro Printemps de Corbières, de Mariza Rebouças, faz imaginar a força dos ventos.


Neste final de semana tivemos no Sul da França, mas não somente aqui, ventos que chegaram a atingir 130 km por hora. O que me inspirou a escrever sobre o vento e a uva.
No Languedoc Roussillon o vento exerce um papel muito importante, pois está presente 260 dias por ano, em média. Nesta região ensolarada, de inverno brando e baixa pluviometria o vento é um ator maior no cultivo da vinha.
Existem dois ventos que sopram por aqui o Marin (marinho) que vem do mar como diz o nome e o Tramontana, que do outro lado do Maciço Central, é chamado Mistral, o vento que vem do norte. A ação destes ventos faz com que a freqüencia de tratamentos contra as doenças que atacam o vinhedo sejam até dez vezes menores do que em regiões mais ao norte. Explico. Após a chuva na primavera o surgimento de poças d'água e a umidade no vinhedo criam condições propícias ao desenvolvimento de cogumelos. O Tramontana é um vento seco e forte que seca o vinhedo inibindo muitas vezes o desenvolvimento do míldio e do oídio, as duas principais ameaças no Sul da França. O Marin, no verão, atua como um atenuante do calor evitando o estresse hídrico, pois é um vento que traz a umidade e o frescor para esta que é a região do mais longo verão francês.
Se o vento incomoda e chega mesmo a assustar pela sua força e constância fique sabendo que para o viticultor é uma dádiva da natureza.

28.5.07

Feriado de Pentecostes

Na França, com certeza, existem mais feriados do que no Brasil. Maio é um mês campeão de feriados. Voltamos amanhã.

25.5.07

Promaude é a festa agropecuária do Aude




Começa hoje em Lézignan-Corbières a grande festa agropecuária do departamento do Aude, Sul da França. Situada entre Carcassonne e Narbonne esta cidade de dez mil habitantes do Languedoc recebe anualmente os produtores de mel, queijo, leite, olivas e vinho. Desde 2006 participam também produtores de outros países europeus. Este ano estão presentes Bélgica, Itália, Espanha e Alemanha.
Hoje Promaude é reservada para as crianças e dezenas de ônibus escolares chegam de toda a região para particpar e curtir a diversas atrações. Vai ter torneio hípico, corrida de porcos, pesca de truta, concurso de adestramento de cães, brincadeiras, música e muita alegria.
No sábado degustação dos Cru Corbières e domingo dos Cru Minervois. Boa oportunidade para travar contato com alguns dos melhores vinhos do Sul da França. Na segunda degustação de produtos típicos como mel, salaminhos, azeite, azeitona e queijos. Apareça.

24.5.07

Degustação Muscat Sélection Petit Grains



Existem no Languedoc quatro denominações de Muscat, vinho doce natural, o Mireval, Frontignan, Lunel e Saint Jean de Minervois. Para muitos esta que é a menor denominação do Sul da França, é a melhor pois aqui as uvas petit grains recebem o frescor da altitude, 250 metros, além de se beneficiar do clima Mediterrâneo, como os demais que são mais próximos do mar. Roberto Rodrigues, diretor da ABS comenta para você com exclusividade o muscat Sélection Petit Grains do Vignerons de La Mediterranéé, que tem teor de alcoólico de 15% GL.
Uma boa dica de harmonização é o chocolate amargo ou queijos como Bleu, Roquefort ou Gorgonzola como sugere Roberto.

23.5.07

ABS aprofunda conhecimentos sobre o Languedoc com Marc Dubernet















Legenda das fotos: 1 - Presidente da ABS, Euclides Penedo, coloca o pin da Associação na lapela de Dubernet. 2 - Ricardo Rodrigues (à esq.) mostra os 35 vinhos que foram degustados. 3 - Roberto Rodrigues, Euclides penedo Borges e Sra., Maria Ângela Auler durante a degustação. 4 - Ligia Peçanha, Ana Gazolla, Dantas, Maria Ângela, Ana e Euclides (à esq.)



O enólogo chefe de Vignerons de la Mediterranée, Marc Dubernet, foi o palestrante sobre o tema Languedoc-Roussillon, Sul da França, para a diretoria da ABS-Rio. Dubernet fez uma aprofundada apresentação das diversas denominações explicando sua história, características geológicas, climáticas e o corte de uvas utilizado em cada uma. A cada apresentação degustavam-se vinhos da denominação como forma de compreender a influência de cada componente no terroir e o papel de cada casta no equilíbrio do vinho.
Apesar de ser o maior vinhedo do mundo em volume e em área plantada o Languedoc não é muito conhecido. O motivo é que no pós-guerra a região se transformou em um grande vinhedo industrial sendo as uvas cultivadas nas planícies e as castas de alto rendimento como aramom e carignan dominantes. Foi um período rico para a região que prosperou e viu suas cidades florescerem com belas "maison de maître". Nos anos 60 inicia-se a queda do consumo de vinho e nos 70 inicia-se um processo de busca pela qualidade com a susbtituição total da aramom e da carignan que se encontrava na zona plana. Castas melhoradoras foram implantadas como a syrah, que é de origem do Languedoc e não do Rhône, merlot, cabernet e chardonay. As uvas típicas do mediterrâneo formam a base dos vinhos de corte do Sul da França: carignan, mourvèdre, syrah, cinsault, grenache, bouboulenc, roussanne, marsanne e viognier.
A degustação mostrou que o esforço dos viticultores não foi em vão, as notas socilaram entre 78 (vinho abaixo de 1,50 €) e 92 pontos ( vinho abaixo de 8€).

22.5.07

Imprensa francesa dá destaque à visita da ABS-Rio de olho no mercado brasileiro



Os sommeliers brasileiros foram destaque na imprensa do Sul da França , La Dépêche du Midi, durante visita à Cooperativa Sieur d'Arques/Aimery, em Limoux. A ABS-Rio fez em Limoux a segunda etapa do curso de Análise Sensorial dos Vinhos do Sul da França. A formação foi realizada por Laurent Mingaud, enólogo e diretor de exportação que explicou as origens do brut, as características da denominação Limoux e sua divisão em quatro territórios nitidamente diferentes em razão do clima ou do solo. Diferenças que ficaram nítidas durante a degustação.
No almoço nos subterrâneos da cave de envelhecimento participou Alan Gayda, diretor geral e ex-presidente da Associação de Enólogos da França. Destaque para a excelente harmonização do merlot-grenache Haut Clochers com o cassoulet, prato típico local. Segundo a professora da ABS Ligia Peçanha não apenas o vinho era ótimo como era também a assemblagem das suas uvas preferidas." Finalmente meu sonho se realizou e encontrei o corte dos meus sonhos", exclama Ligia.
Durante a degustação toda a gama de vinhos da Sieur d'Arques/Aimery foi provada, dos mais simples aos complexos chardonays do leilão Toques et Clochers. Nenhum ficou abaixo de 80 pontos e os grandes romperam a barreira dos 90. Mas estes são pauta outra reportagem.
A importância do Brasil enquanto mercado consumidor de vinho está crescendo no mesmo ritmo do consumo brasileiro, isto é, rapidamente. Limoux famosa por ser o berço do brut e da Blanquette de Limoux tem aumentado suas exportações anualmente, pois o consumo de vinho na França tem diminuído, apesar de se situar em patamares muito elevados (75 l/ hab). Aimery reúne 500 produtores cooperativados e produz 65% de todo o vinho da denominação de origem Limoux. A região tem na indústria do vinho sua principal atividade.

21.5.07

ABS Rio visita o primeiro vinhedo da França, o Quatourze, no Sul da França


Diretores e professores da ABS-Rio conheceram o mais antigo vinhedo da França e provaram alguns de seus vinhos. Os gregos foram os primeiros viticultores franceses mas o desenvolvimento veio com os romanos e foi no Sul da França, perto de Narbonne, na atual sobre denominação do Coteaux du Languedoc - Quatourze- onde foram plantadas as primeiras videiras da França.
Ana Gazolla, prfessora e ex-diretora, comenta o vinho Cuvée Nautica do Château Notre Dame du Quatourze ao lado do produtor George Orthola.
Ao longo dos próximos dias estaremos publicando diversas reportagens sobre a visita da ABS ao Languedoc, Sul da França.

16.5.07

Concurso dos Grandes Vinhos da França em Macon

O Languedoc-Roussillon, Sul da França, foi a quarta denominação que mais recebeu medalhas de ouro na edição 2007 que aconteceu no dia 21 de abril em Macon. O Concurso teve 2038 jurados internacionais que degustaram 10450 amostras e premiaram 2833 vinhos.
O Concurso conferiu também o prêmio Lauréats para os produtores mais premiados nos últimos 5 anos, claro, a premiação foi para um produtor do Sul da França, a Cooperativa Cellier des Demoiselles do Corbières,
que sobre 20 produtos apresentados nos últimos 5 anos recebeu nove medalhas sendo 4 de ouro, 2 de prata e 3 de bronze. Uma regularidade na excelência de um vinhedo que situa-se no terroir do Cru Boutenac a primeira sobre denominação do Corbières.

15.5.07

Qual o melhor barril de carvalho? Veja a opinião de Annie Mazard.


A escolha da origem de um barril de carvalho influirá no resultado final do vinho. Em razão dos custos elevados dos barris franceses muitos produtores testam ou usam os barris americanos, russos e búlgaros.
Annie Mazard do premiado Domaine Serres-Mazard no Corbières fala de sua experiência com russos e americanos nos seus vinhos tintos que não agradaram por interferir nas características do terroir. Com os vinhos brancos a opção com barris búlgaros foi bem sucedida. Veja a entrevista gravada em abril na entrada do Domaine em Talairan, terroir do alto Corbières no Sul da França.

14.5.07

Primavera dos Corbières comemora a nova estação


Comemorando a chegada do sol, do calor e da alegria que esta estação do ano sempre traz, o Sindicato do AOC Corbières lança o Printemps des Corbières 2007 que vai de 17 a 21 de maio. O evento ocorre tanto de dia quanto a noite.
No dia 17 às 18:30 a programação começa na antiga Igreja da Nossa Senhora da Consolação, esta fica no alto de uma colina na cidade de Fabrezan com vista para os vinhedos e a montanha de Alaric.A igreja abre poucas vezes por ano e o faz sempre em caráter excepcional, logo é uma visita imperdível. Haverá um concerto musical e degustação de vinhos da cidade dentre eles os do Cellier Charles Cros.
No dia seguinte dezenas de caves abrem as portas para receber os visitantes com exposições, degustação e diversas outras atrações culturais. É uma boa oportunidade para quem estiver chegando na França ou passando por Barcelona de se dirigir ao Sul da França e conhecer a região, seus vinhos, tradições e história.
Veja a íntegra da programação em http://www.aoc-corbieres.com/index2.html

12.5.07

Sul da França conquista 10% das Grandes Medalhas de Ouro no Mundial de Bruxelas


Foram 5 Grandes Medalhas de Ouro , 10% do total, e 38 Medalhas de Ouro para o Sul da França no XIV Concurso Mundial de Bruxelas, que se realizou em Maastricht e terminou dia primeiro de maio. Destaque para as apelações, Minervois,2, Saint Chinian,2, e Coteaux de Languedoc, 1, que conquistaram o principal prêmio. No quadro de Medalhas de Ouro o destaque ficou por conta da apelação Coteaux de Languedoc que levou 11 das 38 medalhas da região, sendo que o território de La Clape ficou com 4 destas medalhas.
Interessante a presença constante de alguns produtores como o Château Rouquette sur Mer que levou uma medalha de ouro com a Cuvée Henry Lapierre 2005. Presente no Guide Hachette e Revue de Vin de France, uma regularidade na excelência. Outro que se destaca pela regularidade é a Cooperativa de Berlou, de Saint-Chinian, que conquistou uma medalha de ouro com o Château des Albières 2004, um Cru Berlou, nova apelação de Saint Chinian, e que ganhou no último Concurso Geral Agrícola de Paris outra medalha de ouro, nesta competição com a Cuvée George Dardé. A surpresa fica por conta dos Corbières que conseguiram apenas 4 medalhas, pouco considerando que é de longe a maior apelação do Languedoc. Como não sei a proporção e o número de inscritos analiso apenas os resultados. Vários VDP conquistaram medalhas de ouro o que desfaz um pouco a imagem de que VDP é vinho ruim e barato. Em breve muitos destes vinhos estarão chegando no Brasil. É aguardar e conferir.

11.5.07

ABS-Rio degusta os melhores Corbières e descobre seus diferentes terroirs


A primeira aula do curso de Análise Sensorial de Vinhos do Sul da França terá uma apresentação dos 11 territórios dos Corbières pelo produtor Jean-Pierre Mazard, um entusiasta da região que produz alguns dos melhores e mais marcantes vinhos da apelação, todos os anos presente no Guide Hachette. Para abrir a degustação teremos os vinhos varietais da Reserve Saint Martin, produzidos por Vignerons de La Mediterranée, com excelente relação qualidade (pontuação na Wine Spectator oscilando na faixa dos 80 pontos) e preço (abaixo de 4€ no mercado local). Em seguida o Marsellan do Cellier Charles Cros e seus Corbières dos territórios de Lagrasse e parte em Boutenac: Château Ribaute Cuvée François Le Noir (medalha de Ouro em Paris 2003), Grande Délicatesse (medalha de prata no Concurso Corbières 2003) e Délicatesse(medalha de bronze em Paris 2005). Depois será a vez de um Corbières de forte influência do Mediterrâneo o Château Tour de Montredon com sua famosa cuvée Hubert Azam, uma estrela no Guia Hachette. Não vamos nos esquecer do AOC rosé de Névian, uma referência e novamente medalha de ouro em Paris este ano. O reputado Limited Release da Cuvée Mythique de Vignerons de la Mediterranée. A cuvée Mythique foi o primeiro vinho do Languedoc a obter nota superior a 90 no guia de Robert Parker, com a safra 1988, um ano excepcional. E claro, os vinhos do Domaine Serre Mazard, do território de Saint Victor, alto Corbières, novamente medalha de ouro no concurso dos Corbières com a Cuvée Annie.
Após o almoço o curso segue com aula na Abadia de Fontfroide, que já nos deu um Papa, com o enólogo Vincent Dubernet, que fez parte de sua formação no sul do Brasil. Aqui vamos degustar os vinhos da Abadia e dentre eles o único tinto 3 estrelas e Coup de Couer da apelação, na atual edição do Guia Hachette.
No jantar haverá um encontro com o presidente de Sud de France, Bernard Devic que também é o vice-presidente de VINISUD, a segunda maior feira de vinhos da França.

10.5.07

Novo presidente de Vinisud já prepara a edição 2008






Na última Assembléia Geral de VINISUD, dia 2 de maio, assumiu a presidência Bernard de Roquette Buisson(foto à esquerda), administrador de Inter Sud de France no lugar de Jean-Pierre Bories, que será em 2008 o Presidente de Honra da VINISUD 2008. Bernard Devic (foto à direita), presidente de Vignerons de La Mediterranée e presidente de Inter Sud de France assume a vice-presidência da segunda maior feira da França. A feira bianual ocorre sempre em anos alternados com a VINEXPO, de Bordeaux. Em 2008 o evento será nos dias 18, 19 e 20 de fevereiro em Montpellier.

9.5.07

Diretoria da ABS-Rio faz curso de Análise Sensorial dos Vinhos do Sul da França


Paisagem de vinhedo em Lézignan-Corbières, na primavera, repleto de coquelicots, uma linda erva daninha típica na região é a paisagem que os diretores da ABS vão encontrar no Sul da França.



Como parte do esforço de divulgação dos vinhos do Languedoc-Roussillon o Sud France, organismo que reúne todos os sindicatos interprofissionais do Languedoc-Roussillon, o Grupo Vignerons de La Mediterranée e a cooperativa Sieur d'Arques-Aimery, estão oferecendo à diretoria da ABS-Rio um curso abrangente, em Narbonne, para que os membros desta possam aprofundar seus conhecimentos sobre os vinhos do maior vinhedo do mundo.
Segundo Bernard Devic, presidente de Sud France e do grupo Vignerons de La Mediterranée, o curso de "Análise Sensorial permitirá aos especialistas brasileiros ter um conhecimento das nossas diversas apelações, de seus territórios, suas características e especificidades". Já para Alan Gayda, Diretor Geral de Sieur d'Arques-Aimery, esta formação é uma oportunidade para travar contato com os sommeliers brasileiros e torná-los nossos porta-vozes no Rio de Janeiro."Precisamos de especialistas que divulguem a qualidade dos nossos vinhos, que falem do Sul da França, que conheçam nossa história, que remonta à antiguidade".
O curso será ministrado por dois enólogos com parte teórica onde serão apresentadas as diversas apelações, seu clima e geologia, corte permitido e métodos de vinificação. Haverá visita aos vinhedos e “châteaux” para ver como se conduz o cultivo das vinhas e para se ter um contato direto com o produtor e a região de produção. As degustações ocorrerão imediatamente após as aulas técnicas, no château de Jonquières, e durantes as visitas. Durante a noite os jantares terão sempre a presença de um produtor que irá apresentar seus produtos de forma convivial aumentando a interação com os participantes. A gastronomia e o enoturismo são assuntos que não passarão desapercebidos, afinal é do departamento do Aude, onde se dará o curso, que se origina o famoso Cassoulet. Alguns pontos turísticos imperdíveis serão visitados como o Canal du Midi, com seus 241 km e 63 eclusas, que liga o Atlântico ao Mediterrâneo e a cidade medieval de Carcassonne, ambos com status de patrimônio da humanidade segundo a UNESCO.
Para Rogerio Rebouças que formulou a programação e juntou os parceiros a formação é uma oportunidade para testar o conceito de Universidade do Vinho. Já para a ABS será um atalho para lançar no Rio um curso regular sobre o Languedoc-Roussillon, afirma Euclides Penedo, presidente da ABS-Rio.

7.5.07

Feriado prolongado na França, voltamos na quarta.

Em função do dia da Vitória na Segunda Grande Guerra, 8 de maio, enforcamos esta segunda, como todos os franceses e voltamos normalmente na próxima quarta-feira. Até lá.
Rogerio

5.5.07

Degustação do VDP d'Oc do Château Camplazens


Entrevistamos Armando Martini, importador mineiro, para apresentar este vinho 100% Syrah produzido às margens do Mediterrâneo nas encostas de La Clape, perto de Narbonne, Languedoc, Sul da França.

4.5.07

Não confunda o Sul da França com o Sudoeste ou você vai tomar o vinho errado



Nós brasileiros temos o mapa do Brasil na cabeça e sabemos rapidamente nos orientar. Fácil olhar a carta e identificar o Norte, com Manaus, o Sul com Porto Alegre, o Nordeste com Fortaleza, o Sudeste com o Rio e achar Brasília no Centro Oeste. Mas quando se fala dos vinhedos franceses a geografia é diferente e muitos especialistas em vinho cometem imprecisões.
Mesmo os que já foram ao Sul da França cometem este deslize. Veja a confusão que se cria ao chamar o Languedoc-Roussillon de Sudoeste. Se o enófilo for ao seu "bar a vin" preferido de Paris e pedir um vinho do Sudoeste o garçom possivelmente vai lhe trazer um Cahors, onde predomina a cot, como é chamada a malbec na França, ou lhe propor um Bergerac ou ainda um Buzet, suas mais conhecidas apelações. O cliente espantado vai se esforçar para caprichar no francês e evitar o inconveniente esperando que o garçom lhe sirva em seguida um Corbières ou um Fitou bem estruturado. Mas não importa a pronúncia o Sudoeste é ao norte de Toulouse e se estende até Armagnac. Já o Sul é o Languedoc-Roussillon, de Banyuls a Nîmes, sem cruzar o Rhône. Geograficamente o Sudeste é onde se situa a região PACA (Provence -Alpes - Côtes d'Azur) mas não se trata de uma definição de terroir vinícola.
Nos anos pares ocorre em Montpellier a VINISUD onde apenas os vinhos franceses do Grande Sul podem participar e alguns produtores de outros países são convidados. Aí aumenta a confusão, pois vamos encontrar vinhos do Sudoeste, do Languedoc-Roussillon (Sul da França), da Córsega, do Rhône e da Provence. Na dúvida peça a carta de vinhos ao garçom ou memorize o mapa acima.

3.5.07

Château La Roque do Pic Saint Loup troca de mãos



Uma das propriedades mais bem reputadas do território ícone do Coteaux du Languedoc, o Pic Saint Loup, próximo de Montpellier no Sul da França, foi adquirido por Jacques Rivette ex-patrão de uma empresa de transporte e logística na Normandia. Sua família tem uma propriedade nas proximidades e isto lhe transmitiu uma paixão pelo vinho, mas Rivette é um viticultor neófito, por isto manteve a equipe que elabora atualmente os vinhos. Boa decisão já que o enólogo, Marc Auclair e o gerente de cultura, Cyriaque Rozier, são os maiores responsáveis pelo sucesso deste Château que se localiza no mais valorizado terroir do Coteaux Languedoc e é sua sub-apelação mais ao norte.