31.7.07

Coquetel do Henri Forgues

Aprenda a fazer o coquetel do Henri Forgues, um dos mais populares do Languedoc.

30.7.07

A influência do Mediterrâneo


Muitas vezes comento aqui que o Mediterrâneo influi na evolução do vinhedo, seja pelo solo, seja pelos ventos do mar. O Château Rouquette sur Mer, AOC Coteaux du Languedoc - La Clape,fica em Narbonne Plage, no Sul da França, a poucas centenas de metros do Mar, como se vê na foto. A colheita das primeiras uvas se faz pelo menos oito dias antes do château L'Hospitalet, que se situa a algumas centenas de metros mais para o interior. Incrível, não?
Neste momento em que estamos em pleno verão e há mais de um mês não chove, é a brisa do mar que rega as plantas. A maturidade ocorre mais cedo nos vinhedos mais próximos do Mar. Limoux, Malepére e Cabardès serão os últimos a serem colhidos.
Vale dizer que ambos fazem belos vinhos L'Hospitalet possui um museu do automóvel e no seu acervo encontra-se um carro de fórmula 1 que foi dirigido pelo francês Jack Ickx. Hoje o château pertence a Gerard Bertrand um grande negociante da região.
Já o Rouquette sur Mer, laureado no Guide Hachette, é de estrutura familiar e cuidadosamente capitaneado por Jacques Boscary, neto do fundador do Château. O que com certeza faz uma grande diferença, pois seu grau de exigência é imenso.

27.7.07

Brasil andou pra trás no último Muscat do Mundo




Apenas a Panizzon conseguiu continuar no quadro de medalhas, mesmo assim recuou do ouro para a prata. Miolo, Piagentini e Molon sequer levantaram um bronze. Este por sinal passou em branco no Concurso. Por outro lado, com a degustação promovida ao público e dirigida por Mauro Zanus e eu tivemos a oportunidade de ver que o público gostou do vinho nacional. O que é bastante positivo. Porém, no quadro de medalhas, quem levou duas no Top Ten do Concurso foi o Languedoc-Roussillon.
Para quem quiser conhecer um pouco mais Frontignan e suas caves vai aí embaixo um mapa que o levará a descobrir um dos paraísos da uva muscat. Juntamente com Rivesaltes, Mireval e Saint Jean de Minervois formam o quarteto dos grandes muscat do Sul da França.
Uma dica na cave Cooperativa de Frontignan não deixe de degustar os Muscat Vin Doux Naturel de 12 anos, se puder o de 20. O de 12 anos é vinificado tradicionalmente e envelhecido em pequenos barris de carvalho. Seu robe é de um amarelo profundo e brilhante. No nariz é fino e complexo dominando aromas de pão com especiarias e flores secas. Na boca delicado com notas florais e de especiarias aos quais se junta uma marmelada cítrica. Deve ser consumido bem frio, a 13ºC e harmoniza-se muito bem com queijos tipo roquefort e gorgonzola ou ainda com chocolate. C'est si bon.

26.7.07

O muscat de Frontignan ainda tem muito espaço para evoluir














Quando passeamos pelo Mediterrâneo, no Sul da França, nos confrontamos com uma paisagem que mescla um mar sem ondas de cor cristalina, "garrigue" (um agreste bonitinho), vinhedos e história, muita história. Histórias de um país antigo, cheio de personagens, glórias, lendas e hábitos. Estes muitas vezes difíceis de mudar, mesmo que os novos tempos da globalização implorem por uma mexidinha.
Em Frontignan uma das principais regiões produtoras de Muscat da França e do Languedoc, ainda se poda vinhedos em gobelet. O que para mim não é nenhuma novidade. Vinhedos mais antigos ou que não precisem obrigatoriamente de espaldeiras utilizam esta forma de poda. O que se vê bastante hoje em dia é o uso de espaldeiras para levantar a folhagem das vinhas podadas em gobelet. Para Mauro Zanus, os excelentes muscat de Frontignan ainda têm um bom espaço para crescer em qualidade e esta é uma das razões. Hábito de poda que não quer mudar.
Durante o Festival do Muscat pude degustar o Muscat seco, Terres Blanches, VDP d'Oc, 2006, 12,5% vol., da Cave les Vignerons de Frontignan, uma boa cooperativa. Elaborado com muscat petit grains, dita muscat de Frontignan, colhidas sob as vertentes pedregosas da "garrigue" que se espalha por toda a região. O vinho é de um amarelo palha, límpido e pleno de frescor. Na boca nos oferece notas de limão e lima, também presentes no nariz que se juntam à pera e banana. Ideal com frutos do mar e notadamente ostras frescas. Premiado com a medalha de ouro no C.G.A. de Paris em 99, 00, 01 e Muscat du Monde em 01.

25.7.07

Combata o efeito estufa, beba vinho francês e defenda a Terra.



O jornal inglês The Times tem incitado seus leitores a preferirem os vinhos franceses em detrimento dos vinhos da Nova Zelândia. O nobre motivo é ecológico já que estes durante seu transporte até o Reino Unido emitem mais gases responsáveis pelo efeito estufa do que os vindo da França. E se a moda pega no Brasil?
Os vinhos que chegam da Europa, França em particular, fazem pequenos trajetos de caminhão e longos trajetos de navio, que sabidamente emitem um mínimo de gases. Pelo raciocínio os vinhos que chegam do Chile e Argentina são os grandes poluidores e aumentam o efeito estufa no planeta, pois percorrem milhares de quilômetros de caminhão, grandes poluidores. Junte-se a isto a má regulagem e o péssimo estado da frota de caminhões latinos. Ressalte-se que os europeus são obrigados a seguir rígidas normas de controle de emissão de gases.
No Sul da França, Languedoc-Roussillon, os caminhões percorrem em média 140 km até o porto de Fos sur Mer, em Marselha. Trajeto irrisório se comparado aos vinhos que procedem da Argentina e Chile. Na hora de beber bote a mão na consciência, pense no futuro do planeta, mostre que você ama a natureza e beba vinhos do Sul da França.
O setor de transporte é o principal responsável pela emissão de gases, como o dióxido de carbono, seguido de perto pela indústria como nos mostra o gráfico acima.
Ah, para não ficar só no transporte vale lembrar que na França é proibido o tratamento da excoriose, doença que destrói a vinha, com arsênico produto altamente tóxico e cancerígeno. Como o uso do arsênico é a única forma conhecida de combate, o viticultor francês é obrigado a arrancar o pé de vinha infectado. Isso é que é decisão politicamente correta.

23.7.07

Brasil leva prata no Muscat do Mundo e Sul da França 7 de ouro



Mauro Zanus, diretor de degustação da Associação Brasileira de Enologia, durante o Concurso analisa um vinho no Muscat do Mundo.




Foram premiados com a medalha de Ouro, 26 vinhos sendo 11 para da França e destas 7 foram para o Languedoc-Roussillon, Sul da França. As de prata foram 44 o Brasil levou uma com o espumante moscatel da Panizzon a França conquistou 19 e o Sul da França levou 8. Segundo Mauro Zanus, enólogo brasileiro diretor da ABE, que além de ter sido principal conferencista do evento participou do júri e nos garantiu que as disputas eram muito apertadas e foi difícil escolher os melhores. "O sistema do concurso é diferente do da OIV, aqui tira-se pontos com base nas análises e falhas percebidas e para adotarmos o mesmo critério foi necessário uma formação para todos os jurados, profissionais ou não. Nenhuma grande medalha de ouro ou de bronze foi distrbuída.
Forma julgados 210 vinhos de 24 países durante dois dias para evitar patriotada, mesmo às cegas, 50% do júri era estrangeiro.

Espumante brasileiro encanta público em Frontignan




O Festival do Muscat em Frontignan la Peyrade, Sul da França, anima esta cidade de 25 mil habitantes que beira o mar Mediterrâneo. As ruas com suas barracas de degustação de alimentos e vinhos atraem turistas de todo o mundo. Este público internacional, mas majoritariamente francês, provou e aprovou os espumantes brasileiros à base de uvas moscatel. Em paralelo acontece na cidade o 7º Concurso Muscat do Mundo, que tem o Brasil como convidado de honra.
A prefeitura entrando no clima brasileiro contratou um grupo de samba e capoeira que percorria as ruas e encantava a todos. Na barraca do Brasil Mauro Zanus, diretor de degustação da Associação Brasileira de Enologia e Rogerio Rebouças apresentavam os espumantes brasileiros da casta moscatel ao público: Perini, Casa Valduga Premium, Vinícola Aurora, Oremus, Terra Nova e Salton. Também presente o vinho branco moscatel meio seco da Salton. O público curioso lotou a barraca e provava todos os vinhos. Os comentários eram sempre muito favoráveis e muitos queriam comprar os espumantes nacionais. Pediam endereço, nome do produtor, dica de site para compras, alguns descolavam a etiqueta para tentarem um contato direto com o produtor. Mas aquele era apenas um momento de degustação e divulgação do vinho brasileiro. Um sucesso de público.
Amanhã o resultado do Concurso.

19.7.07

A via Domiciana e a primeira crise no Languedoc



Muito se fala hoje de uma crise vitícola no Sul da França, mas a história nos mostra que outras crises já existiram. Foi graça aos gregos em 500 AC que as primeiras vinhas chegaram à França, no Languedoc. O desenvolvimento das vinhas aconteceu na época romana, o comércio era efetuado pela via Domiciana, a expansão da produção dos vinhos do Languedoc foi tão forte que ameaçou os vinhos italianos, em 96 AC o imperador romano Domício ordena a primeira “arrachage”, isto é, retirada de pés de vinha na província de Narbonne.
A mais antiga via gaulesa importante fator militar e de progresso era para Roma um instrumento para garantir a conquista da Espanha ao ligar a capital da República à Cadiz, na Espanha, atravessando todo o Sul da França. O comércio e a comunicação nunca mais seriam os mesmos.

18.7.07

Flash vitícola do Corbières de 17 de julho













Aqui você acompanha as mais recentes recomendações da Câmara de Agricultura do Departamento do Aude, que engloba toda a denominação de origem Corbières, a maior do Languedoc, Sul da França.
O tempo segue ensolarado com temperaturas de 31 graus e ventos de apenas 10 km/h com direção oeste, devendo permanecer assim nos próximos dias. Para quem for praticar tratamento é importante respeitar os prazos antes da colheita.
O estado fenológico é o de início de pintor e meio de pintor (début véraison para mi-véraison).
Oídio - Para as parcelas que não estão com sintomas o tratamento preventivo deve ser suspenso. Já as que tem sintomas um último tratamento à base de Métrafone, Spiroxamine ou enxofre molhado pode ser realizado.
Mildio – neste estado fenológico as uvas são pouco sensíveis, no entanto para garantir uma proteção contra a o Mildio mosaico um tratamento com cobre (bouillie bordelaise) é o mais indicado pois libera progressivamente íons de cobre e realiza uma proteção secundária contra o apodrecimento ácido.
Botrytis – Apenas para as castas sensíveis como muscat, mourvèdre, syrah, viognier, sauvignon e chardonnay que podem ser tratadas no estágio C de pintor (10 a 20% de bagos pintados).

17.7.07

AOC do Languedoc nova tentativa de conquistar o mundo


A nova denominação de origem é mais uma tentativa dos principais atores do segmento vinho no Languedoc Roussillon de atuarem de forma conjunta para melhor conquistarem o mercado francês e mundial. O Languedoc é responsável por 15% do volume dos vinhos AOC franceses e busca aumentar o relacionamento entre os principais atores e ganhar sinergia.
Na França dominam os pequenos produtores e as cooperativas em detrimento dos grandes grupos. A produção é pulverizada em pequenas propriedades daí a dificuldade de construir grandes marcas mundiais como faz o Novo Mundo.
Para Jean-Benoit Cavalier, presidente do Sindicato da denominação de origem Coteaux du Languedoc, Sul da França, "esta é uma grande oportunidade para se criar uma verdadeira relação intraprofissional, onde produtores e distribuidores defendam um interesse comum". Um próximo passo é a fusão entre os comitês interprofissionais do Languedoc, CIVL e do Roussillon CIVR.
Cavalier afirma que os pontos fortes desta denominação regional são a história, o conhecimento dos produtores, sua recente modernização e os valores culturais do Mediterrâneo. Será com a divulgação destes valores que a marca ganhará o mundo, aposta.

13.7.07

Caros leitores,

Por razões de logística tive de trocar de hotel e deixei ontem o Formula 1 dos Jardins na AV. Nove de Julho e me transferi para o Maksoud Plaza, na Alameda Campinas. Não é que a internet aqui é de telefone e lá wi-fi? Deixo para atualizar o Blog amanhã. Sorry.

12.7.07

Venda de rosés aumenta 7% nos supermercados franceses em 2006

Foram dois milhões de hectolitros vendidos na chamada grande distribuição o que mostrou a força do rosé na França. Comparado às outras cores este cresceu 10,7% em volume e 8,8% em faturamento. Foi a única cor a ter tal crescimento num mercado moroso. Com certeza esta informação aliada ao já citado problema da falta de garrafas em geral torna ainda mais grave o caso da falta de garrafas transparentes, como nos afirmou anteontem Sthéphanie Screyssels, a responsável América do Val d'Orbieu, importante grupo do Sul da Fraça, que tem encontrado dificuldade para comprar grandes quantidades.
Os rosés da provence representam 40% dos AOC mas outras apelações como as do Languedoc e seus VDP tem mostrado muita força. Um AOC qu está chegando no Brasil é o rosé da Cave de Névian, a mais respeitada do Corbières quando se fala em rosé. Chega pelas mãos da Grand Cru.

11.7.07

França é campeã do mundo em rosés




A França é hoje o primeiro produtor mundial de vinhos rosé na frente de Italia, Espanha, América do Norte e do norte da África. O consumo francês também aumentou neste segmento, o market share do rosé subiu de 8,4% para 14,7% entre 1991 e 2003. Os tintos perderam 15,2% de mercado no mesmo período. No Brasil também está acontecendo um movimento semelhante, mas quem perde me parece ser o segmento dos brancos. Nas prateleiras ou cartas de vinho de restaurantes a oferta de vinho rosé é a cada dia maior.
É bem verdade que a denominação mais famosa do Hexágono é a dos rosés da Provence, seguido do Anjou. Mas quem também começa a desembarcar no Brasil com força é o rosé do Sul da França: Coteaux du Languedoc, Corbières ou VDP d'OC. O Supermercado Zona Sul está colocando nas suas prateleiras, na próxima semana, o syrah rosé da linha Aimery. Esta já faz um enorme sucesso entre os cariocas e mineiros com seu pinot noir e chardonnay, campeões do custo benefício.
Bebida típica de verão na França o rosé tem tudo para ser o queridinho dos cariocas. Cor linda, refrescante, frutado, alegre e charmoso vai ser uma alegria nos quiosques da orla ou à beira da piscina tomar um rosé do Languedoc.

8.7.07

Vai faltar garrafa mesmo

O jornal econömico La Tribune, da França, confirma os números. Vão faltar 60 milhões de garrafas na França e 1,5 bilhões na Europa. Na verdade o déficit francês deve ser maior do que estimamos levando em consideração os números do Velho Continente, nos assegura um grande negociante de vinhos de Bordeaux. Boa oportunidade para o Brasil rever sua legislação e permitir a importação de vinho em cisternas da Europa.
Num vinho bem "vestido" o enxoval oscila perto de 1 euro. Um desenvolvimento das indústrias de engarrafamento, vidro, impressão e a criação centenas de empregos. Agências de publicidade, indústrais químicas e gráficas também teriam ganhos. Talvez uma boa moeda de troca com a UE ao permitir a entrada de vinhos em pipas num momento em que há dificuldade em escoar a produção. Será que chilenos e argentinos resistem à chegada de vinhos europeus bons com baixo custo e gerando empregos no Brasil? O mesmo risco para a viticultura de vinhos tranquilos nacionais.

6.7.07

Qual o real problema do vinho na Europa e no Sul da França ?

Superprodução, crise, concorrência, péssima comercialização ou marketing ruim? Qual a solução? Arrancar vinhas, diminuir a produção, parar de destilar, desregulamentar a produção e diminuir subsídios como propõe a União Européia ou investir no marketing, na promoção, na logística e na comercialização? Segundo Jean-Marie Fabre, presidente do Sindicato dos Produtores Independentes, "não há superprodução no Languedoc e a prática de arrancar vinhas existe desde 1999, já foram arrancados 150 mil hectares e isto não nos afetou". Parcelas que não são rentáveis, produtores que se aposentam arrancam suas vinhas para receber o prêmio, recompensa financeira. Cabe esclarecer que para plantar também se compra um direito de cultivo da vinha em toda a França.

Enquanto os negociantes e indústrias do vinho estão de acordo com a UE os produtores possuem um ponto de vista diferente. Eles sabem que o gargalo está na comercialização e não na qualidade ou na superprodução. Hoje a qualidade dos vinhos do Languedoc é muito boa, os vinhos ruins são uma minoria. Os que não se adaptaram aos tempos da qualidade vão desaparecer naturalmente.
Deve-se compreender que o consumo mundial está aumentando nos países que se iniciaram no vinho mais recentemente. É no velho mundo que o consumo cai. O problema é que este sempre foi o principal mercado do vinho francês. Junte-se a isto a concorrência dos vinhedos do Novo Mundo e uma perda de mercado nos últimos vinte anos e a Europa e o Sul da França tem um problema nas mãos. Esta perda aconteceu em todo o mundo e no Brasil em particular. Só agora o Languedoc está reagindo. Os anos que se aproximam serão melhores, vaticino.
Rogerio Rebouças, do Rio de Janeiro;

4.7.07

Vai faltar garrafa




Na Europa há uma crise de abastecimento de garrafas. Faltam 60 milhões na França e 1,5 bilhões de garrafas na Europa. No Sul da França temos encontrado desde já uma grande dificuldade para conseguir garrafas para vinhos rosés, transparentes, informa Stéphanie Creyssels do grupo Val d'Orbieu, o maio engarrafador do Languedoc.
O motivo da crise é a concentração do mercado. O gigante do setor Saint Gobain, aumentou em 15% os preços em fevereiro e promete novo aumento para 1º de julho. Hoje para uma centena de garrafas tipo bordeaux de 400g paga-se 12 euros.
Tá na hora do Brasil exportar garrafa.

3.7.07

Flash vitícola de 2 de julho para Corbières









Nesta denominação de origem do Languedoc, Sul da França, o estado fenológico de todas as castas é o de fechamento dos cachos da uva. A partir deste momento as vinhas ficam menos sensíveis ao oídio e ao míldio. Para o tratamento contra o oídio deve-se respeitar a cadência do tratamento, utilizando-se métrafenone, spiroxamine, quinoxifen, ou “enxofre molhável”. Para as cepas menos sensíveis e sem sintomas pode-se suspender desde já a aplicação dos produtos.
O míldio mosaico está presente em muitas parcelas apesar da diminuição da sensibilidade dos cachos no estado fenológico atual. O míldio pode provocar uma desfolha precoce e prejudicar o amadurecimento das uvas. Um a dois tratamentos no final da estação são recomendados pela Câmara de Agricultura do Aude.
Os vôos da Eudemis, verme do cacho de 2ª geração, terminaram nos setores mais precoces e nos demais a curva é descendente. Deve-se verificar se o produto aplicado na última vez ainda está ativo, caso contrário deve-se dar um reforço.

2.7.07

Enoturismo no Canal du Midi- Château de Pouzols






Quando se navega pelo Canal du Midi no departamento do Aude e do Hérault, Sul da França, pode-se fazer uma bela visita à rota dos vinhos das denominações de origem Minervois, Saint-Chinian, Malepère, Cabardès, Corbières e Coteaux du Languedoc. Ver pequenas e aprazíveis cidadezinhas com suas igrejas, praças, monumentos aos mortos das duas grandes guerras, a prefeitura, a agência dos correios - La Poste e as escolas municipais, onde ainda se pode ler "Ecole de Filles e Ecole de Garçons". Num passado não muito distante as escolas de meninos e meninas eram separadas e do lado de fora a inscrição mostrava a separação física dos prédios destinados a cada gênero. Toda cidade francesa que se preza tem tudo isto. No Languedoc, onde o vinhedo é a paisagem dominante, toda cidade tem sua cooperativa de viticultores e ao menos um château.
Em Pouzols, no grotão do Minervois, vamos encontrar o Château que leva o nome da cidade e que está na família do barão de Fournas Fabrezan desde 1437. Foram 21 gerações até chegarmos a François Regie de Fournas e Claire, sua esposa, que seguem produzindo num vinhedo de excelência uma das glórias da denominação de origem.
Os vinhos regionais, vin de pays, são comercializados sobre o nome de Domaine de Fournas e os AOC sob a marca Château de Pouzols. O casal divide a tarefa no vinhedo enquanto François cuida da viticultura Claire se dedica à vinificação. O segundo vinho do casal é o Comtesse de Sodali, uma homenagem à Condessa que marcou época no século XV por ter tomado as rédeas da propriedade, com destaque, numa época em que as mulheres raramente assumiam estas funções. O vinho tem suas bases na casta mourvèdre, é generoso, aromas de frutas maduras bem presentes e de forte personalidade, como era Sodali. Já a cuvée La Gardye, outra homenagem, é primeiro vinho de François e Claire, é feito de uma equilibrada assemblagem de syrah, grenache e mourvèdre que nos proporcionam um vinho rico, longo e persistente.
A visita da propriedade e do belo castelo do século XVIII, edificado sob as bases do antigo celeiro do século XV, nos permite conhecer quadros que mostram a nobreza da família, degustar vinhos diretamente do barril na cave de envelhecimento e desfrutar de uma conversa erudita e simpática sobre a história regional e sobre como é importante a dedicação para se fazer um excelente vinho. É uma visita imperdível para os amantes do enoturismo.
foto 1- Condessa de Sodali, foto 2 - Claire na cave, Foto 3 -Vinhos cuvée la Gardye, Foto 3 O Casal François e Claire numa das salas do Château.