22.10.08

Francês adora AOC bom, barato e prefere tintos


Hoje analisaremos o gráfico de consumo dos vinhos AOC (VQPRD), denominação de origem controlada, produzido por Viniflhor Infos, em outubro, edição número 157. A série histórica nos mostra a evolução do consumo da campanha de 1999/2000 até a de 2007/2008. Lembro aqui que tal qual nos campeonatos de futebol as temporadas compreendem dois anos e vão de verão a verão, isto é, de colheita a colheita.
A primeira leitura que fazemos é que na faixa abaixo de 2€ os AOCs enfrentam a concorrência direta dos vinhos regionais (Vin de Pays -VDP) e vinhos de mesa (Vin de Table - VT). Neste segmento em relação à campanha anterior há uma queda no consumo de 4,8%. De 3,50€ a 2€ ocorre uma quase estabilidade do consumo e na faixa superior dos vinhos, acima de 3,50€, há um incremento na escolha do consumidor de 4,6%. Os lares franceses quando realmente querem um bom vinho buscam um AOC. 68,2% dos lares optam por um AOC quando o preço é superior a 2,50€ o litro. Realmente é a partir desta faixa de preço que começaremos a encontrar vinhos bons na categoria. De 4€ a até 6€ é a maior faixa de consumo para os AOCs. Neste segmento de preço encontraremos vinhos muito bons com preços bem abordáveis. É aqui que o francês pratica seu esporte preferido descobrir, escolher e comprar um vinho muito bom por um preço razoável. Achar pechinchas é um esporte nacional.
Se a quantidade de AOC comprado está em recuo de 3,8% ou seja de 2,28 litros por lar, por outro lado o preço médio subiu de 7,3% e este é de 4,09€ o litro.Os AOCs representaram 53,3% do volume total dos vinhos comprados pelos lares franceses, nos circuitos de distribuição tradicional, excetuando os consumidos no local, como restaurantes e bares. Representando em valor 73% das vendas de vinhos tranquilos. Os tintos são 64%, os brancos 20% e os rosados 16%. A queda dos rosés este ano se deve, sobretudo a questões meteorológicas. O verão fraco não ajudou a estimular o consumo.
Aqui vale lembrar como o rosado é bem adaptado ao clima do Brasil com seu longo verão. É certo que as vendas cresceram nos últimos anos a na terrinha, mas com o longo verão tropical o seu consumo deveria ir às alturas e brigar mesmo com as cervejas.
Amanhã tem mais.