28.5.09

Brasileiro aprova o Vin de Pays. Vendas aumentam.

Os Vin de Pays do Languedoc Roussillon, maior vinhedo do mundo, responsável por 33% de todo o vinho francês, de 20% dos seus AOC e de 70% de seus Vin de Pays. Este é notadamente de varietais ou de duas castas, aumentam seus espaços nas gôndolas e prateleiras brasileiras. Num cenário global em que a França em 2008 aumentou suas vendas em valor e diminuiu ligeiramente em volume os vin de Pays vão na contra-mão, cresceram.

Vinhos fáceis de beber e de se entender. O nome das uvas vem escrito no rótulo, o que facilita a vida do consumidor brasileiro habituado a comprar vinho de casta, o varietal.

Um crescimento de 4% em volume dos Vin de Pays do Sul da França quando o conjunto francês recuou de 27379hl para 24662 hl em 2008. Os VDP (não confundir com vin de table) atingiram 5578 hl.

Lembro que Vin de Pays não é classificação exclusiva de vinhos baratos. Mas de Daumas Gassac e Cuvée Mythique são vinhos antológicos e ambos vin de pays, o primeiro do departamento do Hérault e outro d’Oc, a classificação mais alta e rígida dos Vin de Pays. Ambos já receberam excelentes notas de Parker, Jancis Robinson, Guide Hachette,...

Claro, Vin de pays, normalmente é um vinho do dia a dia. Como são bons os vinhos do dia a dia, como são conviviais, como são companheiros de grandes momentos entre amigos.

Se estes vinhos cresceram é por que chegaram nos últimos anos ao Brasil vinhos de qualidade, adaptados ao paladar brasileiro, sem renunciar a sua autenticidade. Hoje nos oferecem prazeres diferentes dos que estávamos habituados, notadamente os de Chile e Argentina.

Ouse. Deguste um vin de pays de excelente qualidade ou simplesmente inicie-se no mundo dos vinhos por esta bela porta de entrada que são os vinhos do Languedoc Roussillon. Descubra novas uvas, novos sabores e o estilo Mediterrâneo de beber vinho.

Aproveito para pinçar um comentário do craque Philippe Faure-Brac sobre os vinhos do Languedoc Roussillon: -“O novo é o Languedoc Roussillon, isso é extremamente importante. Porque o Brasil é um país que tem um olhar sobre o futuro, é a novidade que se encaixa nesta perspectiva. É um vinho de boa relação qualidade preço, com grande volume de produção... há uma grande variedade de castas, uma grande diversidade de gostos, um amplo espectro de preços. É um bom caminho para aprender sobre vinhos”.

17.5.09

Abaixo de cem pratas


Esse papo de dizer que vinho francês tem de ser caro é coisa do passado. A turma acordou. Primeiro foi a Provence, em seguida o Languedoc Roussillon (Sul da França) e agora Bordeaux. Em breve será a Borgonha. Champagne, representada pelas grandes marcas, vai muito bem, obrigada. O Brasil voltou a ser prioridade lá fora. Vai se levantar da crise antes dos americanos e europeus, se é que caiu. A vice ministra francesa do Comércio Exterior, na Expovinis, disse que a França pretende ter 10% do mercado. Vai ter de arregaçar as mangas, ainda falta dobrar de volume.
Abaixo de 100 reais tem vinho de Bordeaux bom como os já citados e vou defendê-los. Esse papo de “entry level”, ou se preferir “cœur de marché” ou vinhos para os que se iniciam, tem um papel fundamental na educação do paladar. Quem tem hábito de chileno e ficou fazendo esta escolha nos últimos anos limitou sua evolução gustativa, escolheu como porta de entrada no mundo dos vinhos uma escola menor, que prima pelos artifícios industriais, especialmente nos vinhos mais acessíveis. Chegaria ao limite de dizer que o cachimbo, neste caso, deixou a boca do enófilo torta.
Se quero educar meu paladar e me iniciar nos vinhos com um orçamento limitado, como qualquer um que estuda, devo começar pelos clássicos, no caso pelas escolas tradicionais, a saber, França, Itália, Portugal e Espanha, em resumo, o Velho Mundo. Depois, só depois, irei ao Novo Mundo. Neste, por puro nacionalismo, vou primeiro de Brasil.
Com os clássicos bebo na fonte. Tenho a base para minha evolução e não preciso me restringir a uma só região, posso descobrir denominações, castas e terroirs que me farão viajar por estilos e abordagens distintas do vinho. Num aprendizado enriquecedor e diversificado.
No Velho Mundo não tem essa de ficar repetindo o mesmo bom vinho eternamente. Passeie na gôndola e pegue um vinho de Mâcon (Borgonha), um Saint Amour (Beaujolais), um Sancerre (Loire), um Fitou (Languedoc), um Grave ( Bordeaux) e descubra a diversidade, a elegância, a raça e a expressão da vinicultura francesa. Fique tranqüilo todos podem ser encontrados por menos de 100 reais.

Convido cada importador, representante ou simples consumidor que se encantou com um bom vinho europeu que diga qual foi seu vinho MUITO BOM, escala ABS, que custou menos de 100 reais.
Vou a atirar a primeira pedra como manda a Lei e mais algumas pra não dizer que conheço apenas um, a exceção, que comprova a regra.
Espumante: Bulle de Blanquette Nº1 da Sieur d’Arques no Duty Free por 16 US$, Crémant de Limoux Cuvée 1531brut da Aimery no Zona Sul, 38 reais, AOC Corbières Château Ribaute Cuvée François le Noir uns 80 reais, Bordeaux Château Grand Rivallon Saint Emilion Grand Cru102 reais, Cuvée Mythique Vdp d’OC branco na casa dos 60 reais, Château Etienne de Lauzes cuvée Yneka AOC Saint Chinian 100 reais, e muito mais.