27.6.08

Syrah uma uva nobre


Hoje vamos voltar a falar das castas do Languedoc. As uvas autênticas de um território quente. A syrah foi por muito tempo tida como uma uva originária da Pérsia, atual Irã, mas estudos genéticos confirman que se trata na verdade do cruzamento espontâneo entre a Mondeuse branca, típica da Savóia e a Duréza d' Ardèche, do Rhône.
Casta escura típica, meridional, famosa no Rhône e no Languedoc. Umas das castas que formam a base dos vinhos AOC de toda a costa mediterrânea francesa. Também é usada para produzir vinhos varietais o conhecido Vin de Pays. É uma casta nobre que se adapta bem ao clima temperado ou quente. Resiste bem à seca e se adapta a solos calcários ou ácidos. Veja só a virtude do cruzamento natural! Ganhou mundo e hoje é encontrada tanto na Austrália como na África do Sul.
De brotação tardia, maturidade de segunda época, isto é, até duas semanas após a chasselas. Hoje em dia é conduzida em poda curta e nos oferece vinhos de bom corpo, estruturados, de cor expressiva, taninos equilibrados, buquê complexo com base frutada (cassis, cereja, framboesa), compota, especiarias (alcaçuz), couro e floral (violeta).
Muitos vinhos com Syrah vão se destacar no mercado mundial. Hoje existe o Concurso Syrah do Mundo dedicado a vinhos onde a casta predomina (75%) ou reina absoluta. Bons exemplos? O Syrah do Château Camplazens, importado pela Casa do Vinho de BH, os AOC Corbières Delicatesse de Charles Cros, da Barrinhas do Rio de Janeiro, o Château Tour de Montredon Les Capitelles, da Nunes Martins e o Cuvée Mythique VDP d'OC com 50% de syrah, são todos bons representantes da expressão desta uva nos "terroirs" do Languedoc, Sul da França.