8.4.08

Os vinhos de abadias cistercienses



Aconteceu ontem em Paris o pequeno salão do vinho de abadias de origem cisterciense. Muitos vinhedos franceses devem sua origem ao trabalho desenvolvido pelos renomados e austeros monges cistercienses que com sua competência e dedicação ajudaram a reerguer sua produção, na Idade Média, devastada após as invasões bárbaras.
Estes vinhos de abadia representam uma expressão do patrimônio histórico e cultural da França. A ordem cisterciense surge em 1098 com Robert de Molesme, que com alguns companheiros fundam o monastério de Cîteaux e decidem aplicar estritamente as regras de São Bento (Saint Benoit). Regras estas que pregavam um equilíbrio entre trabalho manual e intelectual.
O resultado desta busca da perfeição é a origem de grandes vinhos e vinhedos. Chablis vai nascer na abadia de Pontigny, Cîteaux é berço de vinhedos de prestígio na Borgonha como o Clos de Vougeot. A Sauvignon vai ser introduzida em Quincy pelos monges da abadia de Beauvoir. Gigondas e Vacqueyras pertenciam à abadia de Aiguebelle.
No Languedoc a abadia de Fontfroide, século XII, estende suas atividades por grandes extensões de terras. Tornando-se uma potência religiosa e territorial. Suas 25 granjas produziam diversas culturas além de vinho, azeite e a criação de animais. A granja de Saint-Julien de Septime, a mais próxima fisicamente da abadia, cultivava a casta grenache negra e branca. O resultado era um vinho doce que resistia a grandes viagens. Este era levado à Avignon onde era servido na mesa do Papa. Além de um Papa, Benoit XII, Fontfroide nos oferece um excelente Corbières e uma bela visita cultural.