30.9.07

Proposta da Reforma do Vinho causa polêmica na Comissão Européia.

Dois pontos polêmicos na reforma, o fim do direito de plantação, em 2014, e interdição da capitalização.
O primeiro é comprado pelo produtor antes da plantação, isto é, não é apenas a terra nua que é adquirida, mas o direito de plantação de vitis vinifera para produção de vinho. Hoje quando se vende um vinhedo este pressupõe a existência do direito que pode ser para vinho de denominação de origem controlada, regional ou de mesa. O fim do direito abriria caminho para uma volta à industrialização do vinho e uma eventual melhor concorrência com os vinho do Novo Mundo. Os pequenos produtores, cooperados ou não, larga maioria na França, estão furiosos.
A adição de açúcar ao mosto, capitalização, não é usada no Sul da França, nem nos demais países do Sul da Europa como Itália e Espanha. Mas na Alemanha e países do norte ela é essencial e largamente praticada devido às condições climáticas e de maturação da uva. A divisão é nítida.
A Comissão se dispõe a flexibilizar algumas regras da reforma, mas não quer mexer na essência. Combater o subsídio. Muita água ainda vai rolar por de baixo da ponte.

28.9.07

Vinhos brancos aumentam no Languedoc e na ... Argentina


O Sul da França produz mais vinhos tintos do que brancos. Este ano a queda na produção atingiu diretamente os vinhos brancos. Estes ficaram mais escassos provocando uma alta imediata de 10€, por hectolitro, para os vinhos de mesa vendidos em pipa. É a lei mercadológica da oferta e da procura. Na Argentina os vinhos brancos em pipas aumentaram de 15%, apesar dos volumes crescerem na ordem de 3 a 5% este ano. A explicação é simples. O mercado é mundial e o vinho é mercadoria global.
Há algumas semanas os preços estão em alta na Argentina. Que orientada pela Federação de Vinhateiros busca achar um equilíbrio entre o aumento de preços e a preservação de mercados mundiais. Se em relação ao mês de agosto o aumento é de 15%, em relação a 2006 o aumento é de 35%. Com certeza a quebra da safra na maior parte da Europa e a grande perda na Austrália, que pode chegar a 40%, vai fazer subir ainda mais os preços.
Eu já havia dito que os preços iam subir globalmente. Houve quem não acreditasse. Hoje é fato.

27.9.07

Nada se cria, tudo se copia.




E nós franceses, mesmo os naturalizados, nos vangloriamos do nosso sistema de denominação de origem para qualificar um vinho. Método tão copiado pelo mundo a fora. Mas não é que lendo um extrato do novo livro de Jean Clavel, a Mundialização do Vinho, que será lançado em fevereiro 2008 durante a VINISUD, em Montpellier, descubro que tudo começou com os romanos. Veja só.
"Marcial poeta libertino do imperador Domiciano (que reina de 81 a 96 e edita os primeiros decretos regulamentando a viticultura gaulesa) descreve os jantares romanos desta época e classifica os vinhos servidos em função da sua origem, o Falernus é o primeiro, mais o vinho de Sezzia du Latium é reputado, e às vezes ele aprecia um vinho de casta, um picpoul ou um vinho gaulês da (casta) allobroges de Vienne la Vineuse!”
Para adicionar um pouco mais de história podemos lembrar que o vinho do Languedoc era exportado para a Grécia, Turquia, Egito e torna-se o principal fornecedor de Roma. O que provoca a ira dos viticultores romanos que arrancam de Domiciano um decreto, em 92, determinando a retirada de 50% das vinhas da província gaulesa.

26.9.07

Teremos menos vinho no mundo em 2007.




Não é apenas no Languedoc que a safra será menor, mas em toda a Europa(Portugal, Grécia, Itália e Europa central) e no Novo Mundo. Na Europa as exceções são a Alemanha com mais de 13% e a Espanha com mais 1,28%. Austrália terá menos 25%, com menos 36% de syrah e 37% de grenache! No Chile menos 0,45 milhões de hecto, EUA estável, Argentina com aumento de 3 a 5% e a África do Sul mais 4,2% são as exceções. No total no helisfério sul serão menos 4 milhões de hectolitros.
Para quem não acreditava que o vinho ia subir anote: o vinho branco de mesa, vin de table, já aumentou de 10€ o hecto na venda em pipas.

25.9.07

La Clape tem excelente millésime.


Hoje tive uma conversa rápida ao telefone com Jacques Boscary, proprietário do reputado Château Rouquette Sur Mer, em La Clape, Coteaux du Languedoc. Ele me confirmou que a colheita de fato está menor, mas que a qualidade é realmente excelente. Jacques ainda não terminou sua colheita, mas o que foi colhido, e não foi pouco ,é ótimo. "É nossa melhor safra dos últimos dez anos", afirma.
Motivo para comemorar não falta a Jacques, pois novamente seus vinhos foram selecionados pelo Guide Hachette. Na edição 2008 é seu vinho branco, cuvée Arpége 2006, que recebe uma estrela. Destacando seu robe dourado luminoso e seus aromas florais, equilibrado, fresco e redondo. Um genuíno La Clape, do Sul da França.

24.9.07

Turismo nos Corbières. Santuário de Nossa Senhora da Consolação.






Pierre Gerard Lafitte é a quinta geração de viticultores da família, com 17 hectares de vinha, sendo 13 divididos em duas cooperativas e 3 que plantou a um ano e que produzirá de forma independente. Todo viticultor tem direito, na França, a ter sua "pousada", o que se chama aqui de gîte ou table hôte. É uma forma de complemento da renda do agricultor. Sua casa data do século XVII, tem quatro quartos de hóspedes, duas belas salas e uma varanda central onde se toma um café da manhã com croissant e geléia caseira feita por Cristinne, sua esposa. A pousada Dame de Salimonde fica bem no centro da característica cidade cátara de Ferrals les Corbières.
Quando se está nos Corbières algumas visitas são obrigatórias: Canal do Midi, Cidadela de Carcassonne, os castelos cátaros de Quéribus, Peyreperthuse e Aguilar e as abadias de Fontfroide e de Lagrasse. Porém quem se hospeda em Ferrals deve fazer um passeio pela montanha de Alaric e ver de perto a "garrigue", a vegetação que marca com seus aromas de tomilho, alecrim, lavanda muitos dos vinhos do Languedoc. Uma visita que é muito interessante é a da Capela e refúgio de Nossa Senhora da Consolação, do século XI, em Fabrezan, a 2 km de Ferrals, normalmente fechada à visitação. No entanto, Pierre é membro da associação que mantém o convento. Graças a ele é possível ter a chave dos portões que abrem a entrada deste antigo santuário. Situado no alto de uma colina, com vista para os vinhedos que ficam aos pés da montanha de Alaric e dos Corbières, primeiro contrafortes dos Pirineus.
Ah, sendo Pierre um vigneron, ele tem sempre à mesa os melhores vinhos de Ferrals, do Cellier de Grafan. Boa visita.

21.9.07

CIVL confirma safra excepcional no Languedoc


O Comitê Interprofissional do Vinho do Languedoc, CIVL, por meio de seu comunicado confirma hoje, o que antecipamos ontem, 2007 será uma grande millésime para todo o Languedoc. Segundo o CIVL, o Sul da França foi poupado dos caprichos meteorológicos que incomodaram outras regiões e teve um clima excepcional em setembro para a colheita. O que nos permite prever um grande ano.
"Um setembro ideal: sol, vento do norte e noites fresca" se vangloria o CIVL em seu comunicado. As colheitas tiveram início num estado sanitário "perfeito, os ataques das pragas na primavera tiveram poucas conseqüências e o vento do norte preservou o vinhedo de qualquer ataque da botrytis". O verão ameno se comparado com outros anos permitiu de adar ao mosto "um belo equilíbrio ácido tão procurado nas regiões quentes." O ano foi marcado por um inverno pouco rigoroso e seco, uma primavera chuvosa e quente, com um mês de abril particularmente quente, o mais quente desde 1970.
A brotação, na primavera, ocorreu quase em todo o Languedoc com uma semana de avanço. As chuvas abundantes, mais 50% que a média da estação, neste momento não tiveram grandes conseqüências. No verão que foi em geral fresco, fomos poupados da chuva. A exceção francesa. Um déficit pluviométrico de 50 a 80% dependendo da denominação de origem. Durante a pintura e o desenvolvimento das uvas se deram num vinhedo são. De meados de agosto ao início de setembro o tempo foi seco, quente e com noites frescas.
De fato o comunicado faz um balanço exato de todo o período nos mostrando que tivemos um ano de seca, diferentemente das outras regiões vitícolas francesas.

20.9.07

Languedoc-Roussillon colhe 14,2 milhões de hectolitros de muito boa qualidade




A colheita no Sul da França está acabando e os números finais confirmam uma queda na produção de 1,6 milhões de hl. Se a colheita foi menor a qualidade é bem superior afirma Gérard Pierre Lafitte, viticultor em Ferrals le Corbières. O tempo seco em agosto e setembro contribuiu fortemente para a ótima qualidade da safra. A quantidade diminuiu, mas a uva atingiu uma maturidade excepcional para os tintos. É bem verdade que tivemos alguns ataques do cogumelo míldio, mas tive a felicidade de seguir as orientações da cooperativa e da Câmara de Agricultura e realizei os tratamentos preventivos no bom momento. Quem relaxou hoje não tem o que colher. Mas parte da diminuição do volume foi a "arrachage", retirada de pés de vinha para receber o prêmio. Na verdade uma recompra dos direitos de plantação que o viticultor adquiriu no início da sua atividade. Essa opção ocorreu principalmente para os que se aposentaram e para os terrenos menos produtivos, conclui Pierre Lafitte.

19.9.07

Retratos de Gestos de Viticultores





Uma opção de visita interessante é ir ao site da Oenovideo onde se pode ver uma bela exposição de fotos de viticultores em ação nos seus diversos momentos. Vale o passeio. Acima uma pequena amostra da exposição: a primeira foto registra o acompanhamento fitossanitário de um vinhedo e a segunda a poda de inverno, ambas de Christian Walter. A terceira é de Anne Laure Camilleri.

17.9.07

Feirão do Vinho. A hora de comprar vinhos na França.




Quem quer comprar vinhos franceses pode pegar o avião. Começaram os Feirões do vinho por toda a França. Há mais de vinte anos que as grandes redes de supermercados criaram os "Foire aux Vins" que começa na segunda quinzena de setembro e termina no começo de outubro. É o momento ideal para fazer as compras de vinho. Ofertas, novos produtos, promoções, grandes vinhos e vinhos do dia a dia. Tudo pode ser encontrado com descontos de 10 a 60%.
Os sites de comercialização de vinho também aderiram. O 1855 lançou seu Crazy Bordeaux, com 30 vinhos a preços promocionais e vendeu 30 mil garrafas num só dia. A rede Nicolas oferece 20% de desconto e todos os pequenos comerciantes realizam seu Feirão. Não é para menos, o “Foire aux Vins” é responsável, por exemplo, por 25% da venda anual do Carrefour ou 8 milhões de garrafas. Nesta rede oferece 250 referências nacionais que vão se juntar às ofertas locais de vinhos regionais. No departamento do Aude, Sul da França, o Carrefour lançou um encarte de vinhos do só do Languedoc, alguns vinhos desses vinhos também são vendidos no Brasil. O Grand Opéra da cave Rocbère, 2005, importado pela carioca Barrinhas está por 5,90 € , o Château Ribaute cuvée François Le Noir, 2003, da mesma importadora está por 6,90 €. No encarte nacional vamos encontrar o AOC Limoux Les Quatre Clochers, 2005, um chardonnay super premium envelhecido em barris de carvalho, a 6,90€, no Brasil com a Nunes Martins.
Apesar do sucesso das vendas pela internet e da venda nos "cavistas", as delicatessens da França, são as grandes redes que respondem por 75% das vendas de vinho no Hexágono. No momento o Carrefour coloca ao lado da gôndola um especialista para orientar a clientela, já em algumas lojas da rede Monoprix há sempre um sommelier pronto para orientar o cliente. Supermercados brasileiros, tal qual no Zona Sul, agem de forma semelhante.

14.9.07

Começou a colheita dos tintos no Midi. Magnífica.


As noites estão frescas e o dia ensolarado com temperatura na casa dos 29ºC, um clima ideal para a “vendange”. Hoje começou a colheita dos tintos no Midi, no Cellier Charles Cros, Languedoc Roussillon, estive conversando com, Jean Pierre Tournier, viticultor que produz apenas tintos. Ele cultiva grenache, syrah, mourvèdre, cinsault e velhas vinhas de carignan. "Enquanto Bordeaux sofre com os fortes ataques de mildiou aqui não tive problemas. Tratamos preventivamente e fomos poupados desta praga. A colheita está se mostrando magnífica. As uvas estão em perfeito estado sanitário, sem qualquer podre, e com muito boa maturidade. Nosso volume não será menos que no ano anterior. Teremos menos grenache e um pouco mais das velhas carignan. A colheita começa muito bem. Talvez possamos anunciar uma millésime magnífica em breve”, acredita Jean Pierre.
A importadora Barrinhas traz com exclusividade para o Brasil os vinhos de Charles Cros, um Corbières do Sul da França. Destaque para Château Ribaute cuvée François Le Noir, medalha de ouro em Paris e Délicatesse de Charlie Cros, medalha de prata, também envelhecido em barricas francesas e de excelente relação qualidade preço. Ambos podem ser encontrados no Lidador. Há também o varietal Marsellan, casta híbrida de grenache e cabernet sauvignon, ideal para acompanhar um churrasco. Pode ser encontrado também no supermercado Mundial, no Rio ou em SP no Só Whisky e outras boas casas do ramo.

13.9.07

Baron Rothschild + Sieur d'Arques = Baron d'Arques


A Sieur d'Arques/Aimery é uma cooperativa muito conceituada enquanto produtora de espumantes - Blanquette e Crémant de Limoux - e produz os melhores chardonnay da França, após Borgonha, claro. Mas lhe faltava uma referência em tintos. Afinal, Limoux é a denominação mais afastada do litoral no departamento do Aude, conhecido pelos seus Corbières, Minervois, La Clape, Fitou...é essencialmente um país de "brancos". Para se posicionar melhor nos tintos realizou uma “joint venture” com a baronesa Philippine de Rothschild que se instalou em Limoux em 1998 e precisava de um parceiro que conhecesse profundamente o "terroir". Foi aí que nasceu o Domaine de Baron d'Arques o melhor tinto de Limoux, 3 estrelas no Guide Hachette 07 e melhor compra da denominação. Vendido na Bolsa ainda não é importado, que eu saiba.
Hoje Sieur d'Arques tem na sua linha Tocques et Clochers alguns vinhos tintos excelentes, super premium, como o Mediterranéen, o Pinot Noir e o Merlot-Grenache da linha Clochers. Este encantou Ligia Peçanha da ABS-Rio, na recente visita desta associação à Limoux. Todos muito bem pontuados. O estrelado Mediterranéen nasce no subterritório Mediterrâneo, por isto o nome. Este é o lado mais quente, mais próximo a Carcassonne que dos Pirineus, apresenta uma colheita mais precoce pelas influências do mar.
Dica: a Casa Nunes Martins (21- 21074700) ainda possui em seu estoque alguns Haut Clochers de 2002 ou 2003, primos do Baron d'Arques, que devem estar muito bons, pois estão guardados numa adega climatizada. Os preços não pagam uma nova importação, creio que na faixa dos 40 reais. É uma pechincha. Vale descobrir. Quem procura algo mais jovem e ainda mais barato sugiro o Pinot Noir da Aimery à venda no Zona Sul, relação qualidade preço imbatível, tal qual seu chardonnay, como nos provou o Célio Alzer numa degustação da ABS-Rio. Outra opção também muito boa é o "primo" Aigle, um premium da Aimery, também à venda no Zona Sul, todos estes girando em torno de 20 reais. Todos do Sul da França, Languedoc Roussillon.

12.9.07

Saiu o Guia Hachette de Vinhos 2008. Compre djá e ajude este blogueiro a manter este Blog.



A Bíblia francesa de vinhos elaborados na França, Suiça e Luxembourgo chegou às livrarias nesta última sexta-feira. Receberam as cobiçadas 3 estrelas 226 vinhos contra os 260 agraciados como vinhos excepcionais na edição anterior. Como vinhos ótimos foram escolhidos 1788 que receberam 2 estrelas e 3856 vinhos muito bons receberam 1 estrela. 490 são "coup de coeur", isto é, além de possuírem estrelas o preço é muito atraente.
O Languedoc-Roussillon obteve 28 recomendações com 3 estrelas ficando em segundo lugar, logo atrás do Vale do Loire. Uma bela performance para quem a 40 anos atrás era conhecido, na França, por fazer vinhos de garrafão.
Para encomendar o seu guia pela internet vá aí do lado e digite Guide Hachette des Vins 2008. O preço é de 24,70€. Compre djá e ajude este blogueiro a manter seu Blog.

11.9.07

Suco de uva subiu 15%. Vinho também aumenta.



Sobre o aumento de preço dos vinhos o grande José Paulo Schiffini diz que não é bem assim e manda trocar de fornecedor ou deixar para 2008.
Mas o aumento de preço já é uma realidade. Saiu hoje no Le Figaro, matéria semelhante a que publiquei no Blog na última semana. Em 2006 os vinhos varietais baixaram de 15% e este ano devem ter um aumento de 20%. Logo um crescimento de 5% em relação a 2005. O suco de uva já está 15% mais caro.
Vale lembrar que a quebra da safra não é um fenômeno francês. Nem tampouco apenas europeu. A Austrália está deixando de colocar no mercado 4 milhões de hectolitros e sua produção será de "apenas" 10 milhões. A escassez de oferta é global. Mundial. Haverá menos estoques globais e os produtores do Novo Mundo vão se aproveitar disto para também elevarem seus preços no mercado internacional.
Após 3 anos de crise chegou o momento do viticultor respirar. Já não dava mais nem para pagar os insumos. Isso mesmo, estavam trabalhando no prejuízo em muitos lugares e por diversos motivos. Falta de visibilidade internacional, falta de política de marketing, ausência de estratégia de comercialização, diminuição do consumo no Velho Mundo e aumento da concorrência. E preços baixos.
Nesses três anos um esforço ambicioso de retomada de mercados foi efetuado na Europa e em diversas regiões da França, notadamente no Languedoc-Roussillon, que responde por 80% dos vinhos varietais e regionais da França e é o terceiro produtor de vinhos de denominação de origem, AOC, no Hexágono, logo atrás do Rhône e com metade do volume de Bordeaux. Os frutos começam a ser colhidos. Basta ver o último guia de Vinhos da Gula que constata a bela performance dos produtos do Sul da França.
Segundo Le Figaro os vinhos mais baratos devem aumentar de 2% e os premium e super premium de 3% a 4%.

Leia mais em http://vinhosulfranca.blogspot.com

10.9.07

Tempo bom e uvas sãs no Sul da França




A colheita continua no Sul da França e o que se pode constatar é que o tempo ensolarado e seco, graças aos ventos do norte, Tramontana, está nos oferecendo uvas sãs e de bela maturidade. Mas a concentração e os aromas são de alta qualidade. É bem verdade que os bagos não estão lá muito grandes o que desagrada em parte ao viticultor, sobre tudo ao cooperado, que sempre busca obter um bom volume. Afinal, este é pago ao quilo, mesmo que seja um quilo, intrinsecamente ligado à qualidade. No entanto, para o consumidor o que importa é exclusivamente a excelência das uvas. Neste caso vale dizer que a safra é ótima no Languedoc-Roussillon. Por outro lado, como dito abaixo e anteriormente, os preços devem aumentar. Volto do Brasil nesta segunda para o Sul da França de onde espero entrevistar alguns produtores a fim de lhes dar notícias diretas dos melhores vinhedos. Até lá.

6.9.07

Do Languedoc à Itália, da Espanha ao Novo Mundo a produção será menor. Preços vão subir.

Todas as grandes regiões vitícolas deverão ter uma queda na produção em torno de 10% em 2007. O que representará uma diminuição na oferta de aproximadamente 4 a 5 milhões de hectolitros para França, Itália, Espanha e o Novo Mundo.
No Novo Mundo a queda forte vem da Austrália que com um déficit de 30% em relação a 2006, joga para baixo os números do hemisfério sul. Na Europa do leste estragos importantes diminuirão bastante o volume da safra, na Itália desde julho se sabe de uma queda na produção de 5 milhões de hectolitros. Na França no extremo Sudeste ( Provence e Alpes do Sul) a queda oscila entre 5% e 10%. No lado oeste da França foi a chuva que causou o maior estrago que será da ordem de 10% a 17%. No Languedoca o recuo é de 8% causado pela "arrachage", retirada de pés de vinha com indenização e o mildiou. Na Espanha a queda será de 10%, isto é, 4,5 milhões de hectolitros.
Junte-se a isto um crescimento do consumo mundial, uma retomada na França das vendas dos vinhos regionais e varietais cujos estoques constantes baixaram de 8%, a maior procura pelos AOC e teremos em 2007 vinhos mais caros. Os preços vão subir é a lei do mercado. Os dados são do Cevise Comitê Econômico dos Vinhos do Sudoeste e corroboram os dados do Sindicato dos Viticultores Cooperados da França.

5.9.07

Marketing do vinho: parceria pode ser a solução




Assinatura na França de um acordo entre a poderosa Federação de Empresas de Comércio e Distribuição, FCD, e o principal sindicato agrícola francês FNSEA resultou no lançamento de um sítio dedicado a promover os vinhos nos supermercados e redes de distribuição. A união destes dois gigantes franceses oferece um leque de experiências que deram certo e que podem ser usadas com eficácia tanto por franquiados como por redes. Um espaço para envio de outros casos de sucesso permite uma interação entre os membros.
Fruto de um diálogo e de análises conjuntas a parceria gera uma interação entre produtores e distribuidores. A presença dos produtores nos pontos de venda e outras ações aumentam as vendas. Nos Feirões do Vinho, que respondem por 15% a 20% das vendas na França, estas ações podem fazer a diferença e criar um recall de marcas e denominações de origem. Cada ator deve enriquecer o sítio com suas experiências. Uma boa idéia para o mercado brasileiro e para fazer conhecer os vinhos do Sul da França no Brasil.

4.9.07

Desmascarado produto de charlatões na França




O Instituto Técnico da Vinha e do Vinho, IFVV, do Midi- Pirineus, acaba de desmascarar um tratamento para amaciar a água que promete proteger o meio ambiente e reduzir o consumo de defensivos agrícolas. A chamada água macia não resistiu aos testes do IFVV e não apresentou qualquer benefício de eficiência biológica sobre o vinhedo, independentemente do nível de pressão parasitária. Os testes foram feitos nas safras de 1999 a 2003. As vendas do produto para água macia iam bem, pois prometiam proteger o meio ambiente e economizar na compra dos defensivos. Haja charlatão.