31.3.07

Deve-se usar chips para os bons vinhos?


A tonelaria Verdou, fabricante de tonéis em Bordeaux,teve um aumento na venda de chips e tiras de carvalho de 200% como informou a revista inglesa Decanter em reportagem desta semana. Não que o uso tenha sido aprovado pelo INAO, agente regulador francês para os vinhos AOC, mas sim que a União Européia, UE, autorizou seu uso em 2005. O INAO ainda não publicou a regulamentação francesa para os AOC, pronta desde 2006, há interpretações considerando permitido seu uso. Há autorização na França para uso dos chips(copeaux para os franceses) nos vinhos regionais, Vin des Pays (VDP). Mas atenção mesmo a UE, para os AOC, só permite o uso após a fermentação diferentemente dos VDP.
Os chips são pedaços de carvalho que podem se apresentar sob a forma de pó, tiras ou granulados, que são utilizados durante ou após a fermentação alcoólica e buscam dar ao vinho um aroma de baunilha e madeira. Sendo um resíduo das tonelarias seu custo é ínfimo, diferentemente dos barris de carvalho. A reportagem não especifica os volumes vendidos pela tonelaria. Um aumento de venda de 200% num país em que até 2005 o uso de chips era permitido apenas em caráter experimental e, como hoje, sujeito a autorização da Aduana, Ministério das Finanças, pode não ser muita coisa, o que não invalida o debate sobre seu uso.
Conversei com Jacques Boscary proprietário do Château Rouquette Sur Mer que produz um muito bem reputado AOC Coteaux de Languedoc, La Clape, este ano com uma estrela no Guide Hachette para o seu branco e segundo o Guide um clássico. Os tintos merecem muito mais estrelas e possuem dezenas de outras premiações. Boscary afirma que tem conversado com diversos enólogos sobre o assunto. Há os que têm preconceito e não aceitam nem ouvir falar, no entanto os mais ponderados, com razão, defendem que em alguns casos, para os vinhos menores o uso dos chips pode ser interessante. Estes não são contra a priori. Quando um vinho tem pouco equilíbrio, falta fluidez e harmonia, um pouco do adocicado da baunilha e a madeira podem ajudar na manutenção da continuidade do desenvolvimento do paladar. Não é uma opção para os AOC. Eu não tenho necessidade disto uso apenas barris de carvalho franceses novos e continuarei trabalhando da mesma maneira. Mas não sou contra sistematicamente, afirma Boscary.
No Languedoc há 15 anos que se usa em caráter experimental, sob autorização, os chips para os VDP. Para o Vinifhor, Ofício National Interprofissional de Frutas, Legumes, Vinho e Horticultura, resultado da recente fusão entre ONIVINS e ONIFHLOR, que regulamenta a classificação VDP, o uso de chips passou a ser autorizado tanto na fermentação alcoólica quanto após esta. Segundo o enólogo Michel Rousset, responsável pela divisão VDP d'OC (Sul da França) deste Ofício, o uso de chips é uma técnica banal desenvolvida na França e utilizada tradicionalmente no novo mundo. Para Rousset seu uso não é simplesmente para dar um gosto de madeira ao vinho, este ajuda na estabilização da cor, é mais higiênico que as barricas com vários anos de uso e tem melhores condições de identificação de origem. Ao contrário do que dizem se o vinho não tiver uma boa estrutura, ficará mais magro e o resultado final será pior com a adição do copeaux. “O vinho tem de ser digno para receber o copeaux como para ser envelhecido em barricas”, assegura.
No mercado francês não há uma demanda por vinhos regionais com chips, pois aqui quando se compra um VDP se busca o frescor, o frutado, não a madeira e a baunilha. Mas em outros mercados, como o inglês, já podemos perceber uma demanda, explica o enólogo de VINIFHLOR.
Para o consumidor é importante notar que o uso do chip não permite que conste na etiqueta que o vinho foi envelhecido em barris de carvalho. Para fazer jus a esta menção é necessário, no mínimo, que o vinho tenha sido envelhecido seis meses em tonéis de carvalho. A permissão do uso dos chips na França é uma luta de anos que visa dar aos produtores do Hexágono as mesmas armas que os viticultores do novo mundo possuem. Este debate fica para uma outra matéria.

29.3.07

A ascensão dos Grands Crus do Languedoc e do Roussillon


O livro Les Grands Crus du Languedoc e du Roussillon, de Michel Smith e Olivier Poussier conta a saga dos viticultores e seus vinhedos desde a época Romana até nossos dias. Abrange vinhedos de Nîmes a Colliure. Conta episódios marcantes da história dos viticultores como a revolta de 1907, mas faz também uma seleção criteriosa de 160 propriedades que os autores classificam de Grand Cru.
Apaixonados passeiam um pouco por cada uma das apelações do Sul da França e também por seus vinhos regionais. Obra imperdível para quem quer conhecer mais sobre esta região que encantou Roma e Tito Lívio com seus vinhos.
Michel Smith é jornalista especialista em vinhos e colabora com Revue du Vin de France, Cuisine et Vins de France, Saveurs e Balades Gourmandes. Olivier Poussier foi eleito o melhor sommelier do mundo em 2000. Leve fé quando eles analisam os vinhos do Sul da França, pois são rigorosos e imparciais. Les Grands Crus du Languedoc e du Roussillon, de Michel Smith e Olivier Possier, edições Renault, 2006, 45€ ou menos pela internet.

Foire aux Vins ou Feirão dos Vinhos

Neste momento na França começam os Foire aux Vins da primavera, o principal é entre setembro e outubro, depois da colheita. Para quem não conhece é um momento não apenas de venda de vinhos "encalhados", queima de estoque ou de oportunidades para os clientes. Muitos produtos que não são vendidos regularmente em um supermercado, cavista ou loja virtual são oferecidos. Mesmo restaurantes participam apresentando momentaneamente vinhos que não constam da sua carta habitual. O Feirão abre oportunidade para novos produtores, testa novos produtos e atrai milhares de consumidores. Uma fórmula que poderia funcionar muito bem no Brasil.
Neste momento, aqui na França, mesmo supermercados hard discount colocam produtos de alta qualidade para sua clientela. Carrefour e Casino, no Brasil Pão de Açúcar, fazem o mesmo com grande destaque em seus encartes. É interessante notar que muitos consumidores aproveitam este momento para comprar novidades que normalmente não estão na gôndola, pois como é o Foire aux Vins os produtores lutam para participar e oferecem preços diferenciados para este momento, na expectativa de que seus produtos sejam bem aceitos e encontrem novos consumidores. O lojista também tenta neste momento sair da mesmice e atrair a curiosidade de sua clientela. O Carrefour mais próximo da minha casa, em Narbonne, Sul da França, cidade de 60 mil habitantes, colocou mesmo um sommelier para orientar os clientes, pois havia tantos vinhos novos de diferentes procedências da França e até do exterior que se fazia necessária uma orientação para os mais interessados. Afinal, a população Sul da França é bairrista como no Rio Grande do Sul e dá preferência aos vinhos locais.
Os descontos variam de 5 a 50% mas isto não é o mais importante, relevante é que muitos simplesmente aparecem nas prateleiras e cartas de vinho pela primeira vez.

28.3.07

Os novos vinhos do Velho Mundo.


O paladar do consumidor brasileiro sofreu nos últimos 15 anos uma forte influência dos vinhos do novo mundo. O vinho chileno foi aquele que moldou mais o gosto nacional. Esta participação novo mundista se compõe também de californianos, australianos, africanos do sul e tardios argentinos que provocam, no momento, um grande estrago em mercados outrora cativos dos produtores europeus, sobretudo na Inglaterra e Estados Unidos, mas também aqui.

No Brasil, boa parte de uma nova geração de consumidores foi iniciada com os chilenos. Educaram-se com as tradicionais castas francesas merlot, chardonnay, cabernet franc, sauvignon e cabernet sauvignon que dominam por trás dos Andes. Nesses últimos 15 anos evoluíram os vinhos do novo mundo e o consumidor brasileiro. É claro que este degustou, provou, e comprou outros vinhos do novo e do velho mundo. Os brancos tiveram um grande crescimento quando da explosão de consumo dos vinhos alemães. Você se lembra da famigerada garrafa azul? Como se bebia vinho alemão, foram 3 milhões de litros em 98. Moda que passou e arranhou sua imagem. Hoje a presença germânica é diminuta e restrita a umas poucas vinícolas de excelência.

No Brasil observamos a diminuição da presença dos vinhos da Itália e principalmente da França que, no entanto reagiu em 2006 e cresceu 83%. Vimos com o fim da paridade peso-dólar a chegada dos vinhos argentinos de vinícolas tradicionais de um país que há muito produz, ama e consome bons vinhos. São 38 litros per capita ao ano contra 2 litros na média tupiniquim.
Não nos esquecemos do papel importantíssimo da nossa viticultura nesta educação enófila. Desde o simplório São Roque, que introduziu nos mistérios do vinho muitos que hoje são verdadeiros iniciados na arte da degustação aos melhores vinhos do Vale dos Vinhedos. Os produtores gaúchos realizaram um esforço que hoje coloca nossos vinhos em um digno patamar. Esforço que culmina com a elaboração de grandes espumantes na serra gaúcha. O consumidor acompanhou esta evolução e cresceu junto com uma melhor e diversificada oferta. Hoje aquele que descobriu no chileno o seu vinho predileto mostra-se um pouco cansado deste vinho bom, porém sempre muito parecido entre si, muito uniforme. É neste momento que uma nova onda se forma. Já se escuta entre os grandes estudiosos do vinho e os melhores sommeliers um burburinho, uma agitação em busca de algo novo, ou melhor em busca de algo velho, um verdadeiro back to the future. De volta para algo que estava faltando no Brasil: a diversidade.
Mas este retorno não podia ser de forma idêntica. Até por que no Velho Mundo também ocorreram mudanças. Novas apelações surgiram a partir dos anos 70, muitas técnicas de condução do vinhedo e de vinificação foram aperfeiçoadas.
O que está emergindo são os novos vinhos do velho continente. Com muita qualidade, rica diversidade de territórios, castas diferentes e preços competitivos. Estes novos vinhos começam a ser descobertos no Brasil e por toda parte. É uma linda redescoberta dos vinhedos europeus.

27.3.07

Pode cedo, pode tarde, nada substitui a poda de março



O velho ditado dos viticultores nos ensina qual o momento ideal para a poda. Desde a queda das folhas em novembro até março antes da brotação (débourrement) em abril as videiras devem estar podadas. É que no momento da poda a videira chora, este choro é rico em açúcares e ácidos e aumenta a sensibilidade da planta à geada, por isso o corte deve ser oblíquo e em sentido oposto ao broto para não molhá-lo, pois molhado e caindo uma geada este morreria. Em março com o clima mais ameno, ela vai parar de chorar mais rápido, vai secar, cicatrizando o corte e oferecendo menos risco de contrair doenças. Nem sempre é possível realizar a poda em um só mês, sobretudo se o vinhedo é grande. O viticultor procura sempre deixar para março a poda das melhores parcelas, isto é, daquelas que darão os melhores vinhos.

26.3.07

Sul da França - Um vinho, um vinhedo


Crémant de Limoux Grand Cuvée 1531
Espumante da Apelação de Origem Controlada, Limoux, da cooperativa Aimery- Sieur d’Arques situada na cidade Limoux, Sul da França. Elaborado pelo método tradicional, tem colheita manual, é envelhecido 1000 dias. As uvas são a chardonnay, mauzac e chenin. A uva mauzac traz o aroma, de maças verdes e mel, a chardonnay oferece uma nota floral e a chenin traz a fineza das bolhas e um delicioso frescor. Fazendo juz a fama da apelação a Grand Cuvée 1531, sempre conquistou medalhas e premiações. Este ano recebe do prestigiado Guide Hachette 2007 uma estrela - o máximo são três e ser citado, mesmo sem estrela, já é uma glória e ajuda muito nas vendas. A recomendação faz justiça aos seus aromas florais, leveza e estrutura macia. Suas bolhas são constantes, finas e delicadas. É equilibrado e tem ótima acidez. No Rio pode ser encontrado com exclusividade no supermercado Zona Sul onde foi selecionado pelo sommelier Dânio Braga.

AOC Limoux
A qualidade dos vinhos de Limoux é referência há dois mil anos como nos atesta Tito Lívio em sua Historia Romana O solo é argilo calcáreo leve ou pedregoso, o clima é de transição entre o Mediterrâneo e o Oceânico, o calor é atenuado pela altitude e pelos ventos do Atlântico, oferecendo condições magníficas para as uvas brancas como a Mauzac, Chardonnay e Chenin. As parcelas são de baixo rendimento no território do Alto Vale do Aude, no Sul da França.

25.3.07

Syrah uma uva típica do mediterrâneo e do Sul da França


Típica do mediterrâneo e de todo o Sul da França faz parte da família das sérines como a marsanne, roussane e viognier; com débourrement tardio, vigor médio a bom; sensível à clorosa (carência de ferro), à seca, aos ácaros e ao verme da uva. Tem maturidade de segunda época, isto é, 12 a 15 dias após a uva chasselas. (A maturidade é definida segundo o desenvolvimento e amadurecimento do fruto de cada casta e em razão de suas necessidades de calor e de seu regime hídrico que determinam a precocidade relativa aos estados fenológicos e em particular da época de maturação da casta chasselas, utilizada como referência.) Conduzida tradicionalmente em poda longa, porém de mais em mais em poda curta com clones selecionados mais produtivos; dando vinhos bem encorpados, rico em taninos, ricos em cores, com aromas complexos frutados e florais (violeta, cassis, framboesa e especiarias). Uma bela uva.

Qual será o melhor syrah do mundo? Do Sul da França?


Pela primeira vez teremos um concurso para escolher o melhor vinho do mundo da casta syrah. É o Syrah du Monde que será realizado no Château de Ampuis, Côtes du Rhône, de 31 de maio a 1º de junho. A competição é aberta a todos os tipos de vinhos oriundos da syrah com no mínimo 75% a 85% conforme a legislação de cada país sejam rosé, tinto ou espumante. O júri terá no mínimo 50% de componentes internacionais e critérios rigorosos de qualidade. Com certeza teremos uma disputa acirrada com os vinhos do novo mundo. Os AOC Coteaux du Languedoc, sul da França, como os de La Clape e Quatourze, podem surpreender.
A escolha do lugar do concurso é emblemática, pois em Côtes-de-Rhône e por extensão nos vinhedos do Mediterrâneo que a syrah se implantou magnificamente. Sendo que ao sul de Côtes-du-Rhône, é a única casta admitida para os tintos de Côte-Rotie, Hermitage, Crozes-Hermitage, Saint Joseh e Cornas. Nos vinhos do Sul da França ela faz parte do corte obrigatório de diversas apelações, como do Corbières, mas sozinha será sempre um Vin de Pays, um varietal, questão de legislação.
A organização é do Forum Oenologie que realiza também os concursos dos melhores de Chardonnay, Efervescentes e Muscat do Mundo.

23.3.07

Polêmica: Dusser-Gerber, a miopia de marketing e o Sul da França autêntico


Patrick Dusser-Gerber, jornalista especializado em vinhos e autor do Guia Dusser-Gerber de vinhos da França, publica, hoje, uma longa análise no jornal online AgoraVox. Atenho-me apenas ao Sul da França.
Dusser-Gerber começa perguntando: "Languedoc o vinho do futuro?". Lembra-me bem a frase: “Brasil o país do futuro." Diz que no Languedoc o produtor vive tentando se encontrar e testa diversas opções, vinho de mesa, vinho de qualidade, vinhos varietais,...Critica os governos que se confundem há 40 anos, com boa dose de razão, em busca de uma solução. Acreditando que o importante seja a busca de nichos duvida mesmo da eficácia da marca Sul da França.
O Sul da França engloba duas grandes regiões o Languedoc e o Roussillon, o que a coloca como o maior vinhedo do mundo! Como pode querer trabalhar focado em nicho? Seria uma miopia de marketing.
A busca por facilitar a compreensão por parte do consumidor, ajudando-o a identificar de onde vem o vinho que toma é por si só louvável. Quando se diz Sul da França identifica-se o país e uma situação geográfica. Os que são iniciados vão continuar e identificar a apelação e o território. Depois o corte.
Neste imenso vinhedo tem espaço pra tudo. Inclusive pro vinho regional, Vin de Pays (VDP). Como o mercado oscila o produtor precavido não quer colocar todos os seus ovos numa só cesta, isto é, num só tipo de vinho. Se o AOC é mais valorizado o volume produzido é menor. O VDP é menos remunerado por litro, mas permite ter um rendimento maior. A questão é de legislação, um AOC Corbières tem limite de rendimento de 45 hl/ha e um VDP 80 hl/ha. Nem todas as parcelas de terra são classificadas em AOC. Enfim, são muitos os fatores. Quem vende em cisterna sofre mais. Quem vende em garrafa investe mais, tem mais qualidade, ganha mais e arrisca mais seu capital.
Numa coisa eu concordo com Dusser-Gerber, os melhores vinhos são os que guardam sua autenticidade, a tipicidade da região e seu caráter. Mas isto não quer dizer que todos que escolheram este caminho vendem bem. Vender é outra conversa. Dentre uma rápida lista de bons vinhos que cita pinço o muito bom Étang de Colombes, de Lézignan-Corbières, importado pelo Club Taste-Vin. Autêntico e típico Corbières. Mas o mesmo produtor faz, em vinhedo vizinho, o Château Saint James, vinho moderno, paladar internacional e igualmente bom. Este trazido pela Expand. Seria esta uma escolha de Sofia? Eu prefiro os autênticos, são inconfundíveis. Leia a entrevista integral no link http://www.agoravox.fr/article.php3?id_article=21115

22.3.07

Um vinho, um vinhedo.



Vinho: Domaine Aimé cuvée Feuilles d'Automne 2002

Vinhedo: AOC Minervois La Livinière

Vinhedo:
No Sul da França no coração da apelação Minervois nasce um cru, o La Livinière. Esta micro apelação tem sua origem pela excelência geográfica e geológica, apenas em La Livinière são encontradas todas as características do território Minervois em um só lugar. O clima Mediterrâneo é seco com apenas 400 a 500 mm de precipitação no verão. O forte calor diurno é atenuado à noite pelo ar fresco que vem da Montanha Negra. O solo é um grande tabuleiro de calcáreo compacto e de marnas calcáreas. Para que o vinho seja La Livinière ele deve ter um rendimento máximo de 40 hl/ha, normalmente este rendimento é de 35hl/ha. O vinho terá ainda de passar por duas degustações do Sindicato até ser aprovado. O rigor traz recompensas, afinal, veio desta apelação o campeão mundial do International Challenger of London 2005, o Oscar dos vinhos.

O vinhedo de 22 anos de idade é conduzido em duplo cordon de royat paras as duas castas, syrah, 40%, e grenache, 60%, numa pequena propriedade de 3,30 hectares. A colheita é determinada por degustação e análise dos bagos buscando uma maturidade ótima. O envelhecimento é de 15 meses em cubas de cimento semi-enterradas.

Degustação: “Quem trata bem suas folhas no verão colhe maduro no outono”, diz o ditado francês. Este adágio se aplica a Rémy Bonnet um bom jovem produtor formado pela Escola Le Quatourze de Narbonne. O vinho é rico e untuoso. Os aromas vão ao diapasão, saltam ao nariz e dançam uma quadrilha numa boca equilibrada onde brotos de cassis e frutas alcoolizadas se harmonizam calorosamente com a mirra, o louro e o alecrim. O vinho é longo na boca, apresentando-se elegante e macio. Esse vinho faz sua reverência com um final explosivo. Teor Álcool: 14,5%.
Harmonização: Acompanha queijos, churrascos e carnes assadas.
Armazenamento: É um vinho de guarda, seu apogeu será entre 2007 e 2010.Pode ser guardado 10 anos.
Produtor: Remy Bonnet
Importado por http://www.vitisvinifera.com.br

A União de Enólogos relança o Concurso dos Grandes Vinhos do Sul da França


O concurso Les Grands Vins du Sud recebeu a aprovação das autoridades administrativas do Sul da França e será organizado pela União de Enólogos do Languedoc-Roussillon, Sul da França, na cidade de Narbonne no dia 16 de maio. O concurso criado em 1983 não acontecia desde 2004.
O concurso é aberto a todos os vinhos AOC e regionais (VDP) do Languedoc-Roussillon, inclusive os licorosos. O Júri é aberto a todos os profissionais do segmento vinho: enólogos, produtores, cavistas, donos de restaurantes, negociantes e sommeliers. O presidente de cada júri será um enólogo. Um representante do sindicato da apelação apresentará antes do início das degustações as características da denominação de origem.
Vale dizer que todo o segmento profissional ligado ao vinho e os organismos governamentais estão articulados e buscando promover a região sobre a bandeira Sul da França. Isto é, sob uma única marca que facilita a compreensão pelo consumidor final. Desta vez é o relançamento do Concurso Les Grands Vins du Sud. O evento em si já deve gerar repercussões na mídia e o rigor e a transparência nas premiações serão mais um argumento de venda para os vencedores.

21.3.07

Marca Sul da França já pode ser usada nos supermercados franceses

Foi autorizado pela direção da Viniflor a utilização da marca Sul da França, Sud France, para indicar nos GMS (grandes e médios supermercados)os vinhos provenientes do Languedoc-Roussillon. A citação permite unificar numa só bandeira todos os vinhos AOC ou VDP da região. Trata-se de uma vitória para os produtores que passam a ter uma ferramenta de marketing muito útil na hora do cliente fazer sua escolha. Com quase meio milhar de apelações controladas e outro tanto de vinhos regionais a confusão na mente do cliente na hora de saber de onde veio o vinho francês é tremenda. Pelo menos para o viticultor do sul da França é um problema a menos. Resta ver se as vendas vão aumentar, mas que vai facilitar vai.

20.3.07

Sieur d'Arques abre o cofre para lançar Bulles de Blanquette


O grupo Sieur d'Arques líder na produção de vinhos espumantes em Limoux, sul da França, com 65% da produção da apelação, prepara uma estratégia ambiciosa para promover seus AOC Blanquete de Limoux no mercado mundial. O produtor investirá 3 milhões de reais na promoção da marca Aimery, La Boulle (A Bolha) de Limoux e para o lançamento mundial do top Bulle de Blanquette. O objetivo segundo o diretor geral Alain Gaida é de reposicionar a marca Aimery e a Bulle de Blanquette mais próximos da Champagne. A campanha começa 5 de maio.Na França a mídia privilegiada será o outdoor e no mercado internacional eventos e promoções. Gaida aproveita o cenário favorável do mercado de espumantes para realizar estas ações.
Sieur d'Arques-Aimery reúne 400 viticultores e tem faturamento bruto de 50 milhões de euros, comercializando 5,3 milhões de garrafas de espumantes e 5,2 milhões de vinhos tranqüilos.

16.3.07

Jean Jean compra Moueix-Lebègue


Jean Jean o grande negociante do Herault, Sul da França, estende seu raio de ação até Bordeaux. Este ganhou a disputa judicial com o Grand Chais de France e coloca a mão sobre o negociante e produtor Moueix-Lebégue, com seus 300 ha na margem direita de Bordeaux e suas prestigiadas marcas de vinho Château Lestage Simon, Cru bourgeois Haut Médoc, em Saint-Émilion Grand Cru nos Château Cantin, Château Bellevue-Figeac, em Côtes de Bourg no Château Dupeyrat-Plouget, em Fronsac no Château du Carillon, em Bordeaux Supérieur nos Château l’Espérance, Château Noble Meynard, Château Bel Air, Château Grand Renom e em Graves no Château Haut Mayne.
Jean Jean já promete apresentar uma nova gama de vinhos de Bordeaux durante a Vinexpo.

14.3.07

Gosto brasileiro e inglês formam tendência

Na Inglaterra as vendas dos vinhos AOC do Languedoc, sul da França, aumentaram de 10,72% em volume nos últimos dois anos. Por outro lado os vinhos franceses com preço abaixo de 3 libras e aí se incluem os vinhos regionais, VDP, e as marcas dedicadas de supermercado, MDD, perderam 16,4% em volume também nos últimos dois anos. Em resumo: a qualidade segue se impondo enquanto referência de vinhos franceses. Lá os australianos seguem na ponta apesar do crescimento dos AOC franceses, os americanos se apresentam num muito próximo terceiro lugar.
É interessante olhar o mercado inglês, pois este é composto de consumidores muito semelhantes aos brasileiros. Calma, explico. O inglês por não produzir vinho (para, para eu sei que o Brasil produz vinho) bebe vinho de todo canto, do Chile, da Argentina, da Califórnia, da França,... neste ponto o brasileiro é como o inglês, tem uma boca internacional. Aqui na França a turma é muito bairrista e com razão certo? Mas o fato é que o paladar inglês torna-se referência, muito mais que o americano, este também é muito bairrista - êta bairro grande, com razão? Certamente não. Creio que uma tendência que se constrói é a de que o nosso consumidor e para ser mais preciso nossos enófilos e sommeliers, pra quem prefere, especialista em vinho, sejam, em breve, uma referência tal qual o são os formadores de opinião ingleses hoje. Por que falar tudo isso? Pra dizer que os vinhos do Sul da França estão chegando no Brasil e para ficar, tal qual na Inglaterra. Com certeza uma convergência de tendências está se formando.