13.1.09

Sul da França eu recomendo. Parker e Robinson também.


O vinho é, por excelência, uma bebida do dia a dia, pelo menos aqui onde moro, no Languedoc, Sul da França, e na nossa vizinha Itália. No Brasil, beber uma taça de vinho às refeições está se tornando um hábito saudável. O vinho também é confraternização e alegria. Nessas ocasiões, quando grupos de amigos se reúnem para uma comemoração vale a pena fazer uma seleção de vinhos que atendam as exigências do prazer, façam bonito à mesa e não esvaziem sua carteira. Afinal, nada mais triste do que beber um vinho e se sentir enganado. Enganado no sentido de que se pagou caro demais pelo prazer obtido. Este engano pode se dar com vinhos da Toscana, Piemonte, Bordeaux, Borgonha ou Vale dos Vinhedos. O vinho vale o prazer que lhe dá, é sua escolha e seu gosto. No entanto, o tempo aprimora as escolhas e ensina a desfrutar todas as sutilezas dos vinhos.
Se você quer fazer bonito servindo um bom vinho francês, elegante, frutado, com taninos bem domados e equilibrado, ou mesmo espumantes de bolhas delicadas capazes de rivalizar com os melhores champagnes, sugiro a descoberta do Languedoc Roussillon. A maior e mais antiga região produtora da França vive um grande momento de redescoberta, inclusive na Europa. Seus vinhos, que até os anos 60 eram de baixa qualidade, sofreram uma grande transformação desde os anos 70 até os dias de hoje.
A erradicação da casta aramon e a retirada dos pés de carignan da planície, estes ainda existem nas encostas, onde dão excelentes vinhos. A volta da mediterrânea syrah, a chegada da chardonnay, merlot, cabernet, e outras cepas de qualidade deram um novo impulso à região. Junte-se a isto um rendimento extremamente baixo, o menor da França, melhoria nos métodos de condução dos vinhedos e vinificação moderna que recolocaram a região entre as preferidas dos franceses. A pouca notoriedade faz com que os vinhos sejam vendidos pelo seu preço real e não pela fama da marca. Os principais críticos mundiais, como o americano Robert Parker, os ingleses Oz Clark e Jancis Robinson têm recomendado entusiasticamente os vinhos do Sul da França.