O vinhedo australiano está baseado na irrigação gota a gota, o que faz com que as raízes das vinhas sejam menos profundas do que nos vinhedos franceses. Explico. A videira não tem necessidade de ir buscar água no lençol freático, devido à irrigação constante, quando ocorre a seca ela não está capacitada a buscar água no lençol freático mais profundo porque sua raiz está mais próxima da superfície. A escassez de água torna a irrigação difícil e onerosa.
O método utilizado para os vinhos de denominação de origem no Sul da França não permitem a irrigação gota a gota e normalmente nenhum tipo de irrigação. O objetivo é a preservação da característica clima do terroir. Claro que esta decisão cria problemas como a irregularidade da produção e da qualidade da uva em função da pluviosidade. Um dos fatores climáticos que vão caracterizar o terroir. Por outro lado a planta habituada a buscar a água em solo profundo tem suas raízes a dezenas de metros de profundidade. O que a torna mais apta a resistir à seca.
O que se discute entre um método e outro é um controle maior sobre a natureza e por conseqüência sobre o resultado da colheita. Nesta escolha há muitas variáveis em jogo dentre elas a regularidade da produção e da qualidade. Mas as mudanças climáticas acabam de inserir a sobrevivência de centenas de produtores australianos nesta equação.
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