22.1.08

O prazer e o preço


O preço do prazer é diretamente relacionado à satisfação que o comprador imagina que terá. O teste desenvolvido por pesquisadores californianos que tanto repercute no Brasil obteve destaque modesto na Europa. No clipping de vinhos que assino só foi comentado no Swissinfo, da Suíça. É certo que qualquer produto abusivamente caro incita a curiosidade ou comentários. É bom mesmo? É melhor do que um similar mais barato?
Porém como diria Nenen Prancha “treino é treino e jogo é jogo”. Saber o preço e buscar um prazer extra é compreensível e pode facilmente induzir a percepção. Mas faça o teste pra valer você mesmo. Vá à sua loja preferida e compre um vinho que custe o mesmo preço da sua conta de celular. Ficou difícil? Vai refletir antes de ir até a loja ou vai procurar uma oferta segura, na faixa de preço que não te incomoda? Vale o risco?
Outra abordagem é escolher um vinho muito bem reputado e pagar para conferir a fama. Neste caso a comparação se valeu a pena ou não é que vai determinar a recompra e o prazer após a degustação. Claro, há sempre aquele que compra para ter a etiqueta, seja lá o motivo que o leva a esta decisão. Outro momento é quando se deseja mostrar a alguém um certo carinho e busca-se colocar à mesa um vinho de qualidade e de prestígio. Neste momento o rótulo tem um peso significativo. Mesmo que o prazer seja menor. Mas o objetivo é outro. Impressionar.
O francês que tem fama de pão duro gosta mesmo é de comprar grandes barganhas e contar para todo mundo como pagou tão barato por um vinho tão bom. Belo hábito.
Que os californianos façam o teste às avessas. Onde as cobaias provem o vinho e depois diga quanto lhes custou cada um retirando da carteira cada nota de dólar. Quero ver como se comportarão os neurônios quando cada verdinha sair do bolso. Será que o gosto será amargo?

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