8.5.08

Mercado regula choro e a alegria do viticultor brasileiro



Tenho lido nos fóruns de vinho a chiadeira de alguns viticultores brasileiros que trocaram suas castas de mesa por vitis viníferas. O choro tem haver com a perda de mercado do vinho nacional para chilenos e argentinos. É bem verdade que a participação do vinho brasileiro tem caído ano a ano e neste início de ano ainda mais. Por outro lado os espumantes brasileiros estão em alta. Ganharam 10% de market share em 2007, mais 890 mil litros e repetem a dose no primeiro bimestre. O espumante argentino é o grande perdedor de 2007 com menos 1,15 milhões de litros e os italianos com menos 174 mil litros. França estável. (fonte Uvibra).
Por que será? O vinho brasileiro é nitidamente inferior a argentinos e chilenos e mais caro. O espumante brasileiro é infinitamente melhor do que os argentinos, chilenos e do que a grande maioria de espumantes italianos e mesmo de alguns franceses feitos pelo método de charmat. Parabéns ao viticultor brasileiro pelo seu espumante que só não é melhor que os bons Crémant de Limoux e Blanquette de Limoux do Sul da França.
O solo e o clima ajudam o Brasil a produzir um bom espumante e estão aí os recentes concursos Muscat e Chardonnay do Mundo que atestam e premiam sua qualidade. Por outro lado temos nossos vinhos tranqüilos que enfrentam, em geral, grande dificuldade climática para nos darem belas uvas. Muito tratamento e muita tecnologia exigem muito investimento e o resultado é preço alto.
O mercado está se regulando e se tem viticultor chorando de um lado do outro temos produtores felizes com a explosão dos espumantes nacionais. Se os impostos baixarem e se o vinho for tratado como alimento o consumo vai explodir. Basta baixar os preços.
E a pergunta que não quer calar: - Como o vinho brasileiro consegue ser tão caro? Vinho brasileiro a 100 reais? Quarenta euros? Desculpe mas pelo mesmo preço prefiro um Château Beychevelle, Saint Julien, Grand Cru Classé ou meia caixa de Cuvée Mythique Corbières.

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