14.3.07

Gosto brasileiro e inglês formam tendência

Na Inglaterra as vendas dos vinhos AOC do Languedoc, sul da França, aumentaram de 10,72% em volume nos últimos dois anos. Por outro lado os vinhos franceses com preço abaixo de 3 libras e aí se incluem os vinhos regionais, VDP, e as marcas dedicadas de supermercado, MDD, perderam 16,4% em volume também nos últimos dois anos. Em resumo: a qualidade segue se impondo enquanto referência de vinhos franceses. Lá os australianos seguem na ponta apesar do crescimento dos AOC franceses, os americanos se apresentam num muito próximo terceiro lugar.
É interessante olhar o mercado inglês, pois este é composto de consumidores muito semelhantes aos brasileiros. Calma, explico. O inglês por não produzir vinho (para, para eu sei que o Brasil produz vinho) bebe vinho de todo canto, do Chile, da Argentina, da Califórnia, da França,... neste ponto o brasileiro é como o inglês, tem uma boca internacional. Aqui na França a turma é muito bairrista e com razão certo? Mas o fato é que o paladar inglês torna-se referência, muito mais que o americano, este também é muito bairrista - êta bairro grande, com razão? Certamente não. Creio que uma tendência que se constrói é a de que o nosso consumidor e para ser mais preciso nossos enófilos e sommeliers, pra quem prefere, especialista em vinho, sejam, em breve, uma referência tal qual o são os formadores de opinião ingleses hoje. Por que falar tudo isso? Pra dizer que os vinhos do Sul da França estão chegando no Brasil e para ficar, tal qual na Inglaterra. Com certeza uma convergência de tendências está se formando.

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