12.2.08

Análise Sensorial dos Vinhos e a tipicidade do "terroir"

Na foto Ricardo Farias ex-presidente da ABS-Rio e os vinhos degustados na manhã.

Degustar, analisar e pontuar vinhos é uma decisão nem sempre unânime, mas que utilizando uma metodologia há uma grande tendência à convergência. Os pontos ou estrelas podem mudar, mas a descrição deve ser próxima. Um item que nem sempre é levado em consideração pelos enófilos, mas que é uma exigência dos sindicatos das denominações de origem é quanto à tipicidade do vinho. Será que ele é representativo do que se espera da Denominação? É ele uma verdadeira expressão do "terroir"? Questões como estas fazem pensar não apenas a Associação de Enólogos da França, laboratórios e sindicatos, mas, sobretudo produtores que querem preservar as tradições e a cultura de um povo, de uma região de um “terroir”.

No Languedoc esta é uma questão que muito debatida. Deve-se adaptar os vinhos ao gosto das tendências mundiais ou deve-se guardar sua autenticidade? O jornalista e crítico Dusser-Gerber autor do guia do mesmo nome, é um ardoroso defensor de vinhos autênticos. Para ele os únicos verdadeiros a exprimir um « terroir ».

Causo: Durante uma visita da ABS ao Languedoc, em 2007, degustamos dois vinhos top da mesma vinícola, Cellier Charles Cros, um o Château Ribaute Cuvée François Lê Noir, com um corte Mourvèdre 60%, grenache 30% e velhas vinhas de Carignan 10%, importado pela Barrinhas, foi quase unânime entre o grupo. No campo majoritário Euclides Penedo Borges, 11 diretores e monitores da ABS-Rio presentes e o reputado enólogo Marc Dubernet. Do outro lado Ricardo Farias, este blogueiro e dois destacados produtores, que não eram da citada vinícola, preferiram o Grande Délicatesse onde a syrah com 70% e substitui a mourvèdre e a grenache. Os dois são verdadeiros Corbières e premiados seguidamente. Porém o mais autêntico para os produtores locais foi o que mais agradou a Ricardo e a mim. Este a Barrinhas ainda não trouxe para o Brasil.

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